14 de jun. de 2013

My Dear Nerd - What If - Capítulo 2 - Beijo na Bochecha


POV ANNA
Sai da biblioteca quase que revoltada. Não. Sai de lá revoltada. Caramba, eu ao estava acreditando que iria passar mais duas horas estudando matemática, história e literatura em uma biblioteca, no maior silencio com um nerd falando sobre números perto dos meus ouvidos. Fala sério. O problema não é o garoto, o nerd. E sim o que ele vai me falar durante duas horas. Duas horas de plena chatice, não. Isso não dá pra mim.
– Não. Olha aqui, eu não posso fazer isso. – falei parando no meio do corredor. Encarando o garoto de óculos, que por sua vez me olhou assustado com o quase berro que dei. Ele vive com medo. Mas que coisa.
– Ma-mais por quê? – perguntou ele, confuso e gaguejante como sempre. Ou como a algumas horas atrás.
– Porque eu não quero passar mais duas horas escutando pessoas me enchendo os ouvidos, falando sobre matemática, história e literatura. Não entende que isso é tortura? Ao menos para mim sim. É uma terrível tortura, das mais dolorosas que existem. – dramatizei. Tentando convencer o nerd a minha frente a me ajudar a escapar da punição.
– Mais por quê? Se o campo da matemática é tão incrível e magnífico? – perguntou ele, confuso. Mas olha só. Quando é pra falar de matemática o filho de uma mãe e de um pai não gagueja. Puf!
– Quando é pra falar de matemática você não gagueja, não é? – perguntei provocativa.
Cruzando os braços abaixo dos peitos, de sobrancelha arqueada. Vi ele ficar tenso novamente, ajeitando ao rosto o enorme óculos de cor preta.
– E-eu não ga-gaguejo!- se defendeu ele. Gaguejando de novo. Ri descruzando os braços. Estava na hora da argumentação, isso nunca falha. Ao menos eu espero que não falhe agora.
– Olha só, todo mundo sabe que eu simplesmente odeio matemática. E que não suporto sequer ouvir o nome dessa matéria. Porém eu reconheço que eu tenho grandes dificuldades nessa droga de matéria, mas, isso não quer dizer que eu precise de aulas de reforço, certo? Porque, afinal, eu posso muito bem deixar os meus amados fones de ouvido um pouco de lado e, prestar atenção na explicação do professor. – argumentei calma. O garoto me ouvia atentamente, mas, ao que parecia eu não tinha o convencido.
– E porque não fez isso antes? Está me dizendo isso agora, para fugir das aulas de reforço, e voltar a tirar notas baixas. Saiba que isso pode te prejudicar num futuro próximo. As melhores faculdades são muito concorridas e por mais dinheiro que se tenha para pagá-la, alunos com notas baixas não estarão lá. Apenas os melhores conseguem um lugar melhor nesse planeta. – discursou ele. Bufei. Sermão de nerd, ninguém merece. Ele não gagueja pra falar esse monte de coisas, mas, para responder um simples “claro” pra mim, ele repete a palavra umas cinco vezes, por que a gagueira não o deixa falar. Eu mereço.
– Terminou o discurso? – perguntei com ironia. Ele bufou ainda nervoso talvez.
– Na-não. Nã-não há nada do que você faça ou fale que me convença a burlar as regras que a diretora me passou. Estudar não é tão ruim as-assim. – disse ele, bufei. Ta chega, desisto de tentar convencer esse nerd chato. É por isso que eu sempre disse a Ashley, que nunca iria namorar um nerd, afinal, ou é eu ou os cadernos. Além do mais eu odeio matérias e escola.
– Pelo jeito, não vou conseguir convencer você. – bufei irritada. Ele acentiu.
– Certo, quando as aulas acabarem, me mande uma mensagem de texto para eu encontrar você na biblioteca. Caso contrário, esqueço completamente. – sugeri, sorrindo de lado. Dando as costas. Caminhando em direção ao lado de fora da escola, onde os alunos geralmente ficam antes das aulas começarem. Mas antes de fazer isso, fui parada por uma voz gaguejante.
– E-eu não posso. – o ouvi falar. Virei-me, ficando novamente de frente a ele.
– Mas porque não? Algum problema? Você tem celular, não tem? – perguntei receosa a última frase. Vi ele engoli a seco, ajeitando os óculos ao rosto.
– Bom, eu tenho sim, mas...
– Mas...
– Mas é que ele é an-antigo e está com pro-problemas. Só faz li-ligações e nada ma-mais. – gaguejou em resposta. Suspirei. Tirei da bolsa, um pequeno papelzinho com o número do meu celular, entregando a ele. Que parecia assustado, ou até mesmo bobo.
– Esse é o meu número, quando for a hora de estudarmos você me liga e eu vou pra biblioteca, já que não tenho outra saída. – lamentei nas últimas frases. Mas claro, eu não gosto de matemática, não me julguem. Eu duvido que vocês gostem de estudar matemática, literatura e história. É por isso que sempre durmo nas aulas.
– Vo-você está me dando o seu nu-número? – perguntou ele, encarando o papel em suas mãos, e depois olhando para o meu rosto. Bobo. Parecia até que a Beyonce estava dando o número dela a ele, e estava o chamando para sair. Eu hein. Cada um, nossa.
– É... Estou sim. Então nos vemos daqui a algumas horas. – falei ficando a sua frente.
 POV JUSTIN

Sim, eu estava nas nuvens. Pela primeira vez em quatro anos e dois meses, a garota ao qual sempre sonhei estava falando comigo. Eu estudo com ela, desde que ela chegou aqui, há quatro anos. Era a garota mais linda que já vi. Mas, uma simples coisa me impedia. Eu mesmo.
Eu, um nerd idiota, pobre, e feio. Como as pessoas da escola diziam. Mas de certa forma, elas estavam certas. Afinal se eu não fosse, seria popular, bonito, rico, e teria o coração da garota que eu sempre amei silenciosamente durante quatro anos. E agora, eu tinha o número do celular dela e... CARAMBA! Eu sempre sonhei com o dia em que ficaria sozinho com ela a biblioteca. Sei lá, sempre achei a biblioteca um lugar romântico e... Tá chega vocês devem ta se entediando com o meu lenga-lenga.
 Sei ela se aproximar cada vez mais de mim, e o meu nervosismo aumentou ainda mais quando senti a respiração de Anna Mel bater no meu rosto. Eu suei frio, e meu coração batia tão rápido, que se fosse possível, ela poderia ouvir as batidas a km de distância.
Enquanto eu esperava pelo meu tão aguardado momento, senti-a ela segurar meu rosto com as mãos e beijar docemente minha bochecha. Fechei o olho bobo, quase perdendo todo o ar do corpo. Céus! Parecia um sonho, ou ela beijou mesmo minha bochecha?
– Nos vemos na biblioteca. – ouvi a voz dela, me despertar dos pensamentos. É. Aquilo era a mais pura realidade. E ainda bobo, continuei encarando ela, caminhar rebolando com o traseiro Brasileiramente lindo para longe de mim. Como uma deusa grega. Agora terei um enfarto do miocárdio catastrófico.

[.....]

POV ANNA

Livres! Finalmente livres! Não, eu infelizmente não estou de férias. Apenas uma pausa para o almoço. Eu estava na mesa do refeitório com minhas amigas. Era bem divertido ver Ashley a louca por rosa falando um monte de bobagens. Mas a pior parte, era que ela tava roubando minhas batatinhas. Vou bater nela, posso? Hehe
– É verdade que a diretora sem gosto, do cabelo de pontas duplas, e que eu odeio por não usar nada rosa, fez isso com você flor que me ama mais do que a si mesma? – perguntou a loira, roubando mais uma das minhas batatinhas. Eu ri, lhe dando uma tapinha nas mãos, a fazendo soltar a batatinha.
– Ai! Sua malvada quer estragar minhas unhas? – reclamou ela. Eu ri, pondo uma batatinha a boca.
– Pois é, a velha me pôs na aula de reforço, com um garoto nerd. – respondi simples. Vi ela arregalar os olhos, me encarando surpresa.
– Sério? O Justin? Ele vai ser o seu professor? – perguntou ela. Curiosa e levemente assustada. Eu ri mais uma vez, pondo outra batatinha na boca.
– É, mas porque tanto espanto?
– Nossa, mas que mulher malvada! Você deveria processar essa mulher e, com o dinheiro que ganhar na causa, os vamos até a manicure mais perto e você vai me pagar o tratamento para mãos e pés por um mês inteirinho. O que acha da idéia? – perguntou entusiasmada. Batendo palminhas.
– Não sua boba. – eu ri dela. Levando mais uma batatinha a boca.
– Tadinho. – ouvi a loira sussurrar mais para si do que para mim. Olhei na direção em que ela olhava, vendo mais uma das terríveis cenas que já vi. O menino nerd, passava entre as pessoas com a sua bandeja as mãos, equilibrando aquilo tudo, enquanto alguns que chamo “carinhosamente” de desocupados empurravam o menino, e alguns riam dele. Ele por sua vez, apenas tentava caminhar mais depressa, de cabeça baixa. Eu fiz o mesmo, tirando minha atenção dele, encarando agora, minha tigela de batatinhas fritas. Suspirei. Eu não gosto de ver isso, eu tenho raiva dessas pessoas que fazem isso com ele. É por isso que sempre saio de perto quando isso acontece.
– O que houve, pessoinha que me ama? – perguntou minha amiga loira a minha frente, notando o quanto eu fiquei incomodada com a situação. Suspirei, encarando-a.
– É que eu não gosto disso, Ash. Ver esse menino sendo maltratado todo santo dia, apenas por ser bolsista e ter uma inteligência incrível. – respondi apenas para que ela ouvisse. Enquanto algumas garotas da torcida ao meu lado, me olharam surpresas.
– Não gosta? É sério? – perguntou uma delas. Encarei a mesma, no exato momento em que ela fez a pergunta.
– Não, eu não gosto. Na verdade odeio isso. Por quê? Ta achando ruim? – perguntei meio grossa. Sim, eu tava com raiva. Eu sempre ficava assim, quando via alguém sofrendo Bullying.
– Nossa Anna. Não precisa ser grossa. – disse ela, chateada.
– Não estou sendo grossa. Ainda não. – rebati bufando.
– Olha só pro nerd. Nem sabe segurar uma bandeja direito. Menininha. – debochou um dos garotos da mesa do time de futebol, que por acaso era bem perto da que eu estava.
Eles riam alto, enquanto o garoto sentava em uma das mesas. Cabisbaixo. No mesmo momento em que ele sentou as duas garotas que estavam sentadas a mesa, conversando o encarou com nojo, saindo da mesa as pressas. Como se ele tivesse Lepra. Respirei fundo, tornando minha atenção para Ashley que agora distraída, falava de unhas, cabelos e um novo filme que tinha assistido noite passada. O filme, Querida Querida Unha. Só essa menina para me fazer rir. Querida Querida Unha. Até o título do filme me dava medo. Essa garota tinha uma fixação incrível por unhas. Eu hein.

[...]

Caminhei apressada pelos corredores, em direção a biblioteca. Há. A primeira visita a biblioteca ninguém esquece. Enfim, cheguei abrindo a porta com rapidez. Afinal, quanto mais rápido isso for, mais rápido eu posso ir pra casa.
– Senhorita, eu sinto informar, mas terá que deixar sua bolsa em uma das muitas estantes que temos, e pegar apenas o que vai usar. – falou a moça da biblioteca. Bufei.
– Por que isso? Quem seria o louco de roubar livros? – perguntei.
– Senhorita, são as regras. Se quiser permanecer neste ambiente, deverá segui-la. - Falou a mulher, bem paciente por sinal. Sorri maléfica. Talvez eu possa usar essa desculpa para não ter aulas, ao menos por hoje.
– Certo então adeus. – falei dando de ombros, em resposta a informação da morena.
– Mas a senhorita deve ficar e assistir a aula de reforço. Fui informada pela diretora de que viria, e não sairá daqui até que cumpra sua punição. Então vá depressa. Se obedecer, diminuirei cinco minutos do seu tempo. – disse ela. Digitando algo no computador. Bom, não é muita coisa, mas, pelo visto se eu babar ela um pouco mais, ela diminui ainda mais o tempo que tenho que ficar aqui. Hehe. Tirei a bolsa do ombro, deixando a mesma na estante, que comportava apenas uma bolsa. O que eu diria ser do garotinho nerd.
– Beleza. Cheguei. Vamos começar logo, pra eu ir pra casa de uma vez. Tenho que me preparar para uma festa. – falei setando ao lado dele, deixando meu laptop em cima da mesa. Ele por sua vez, permaneceu com a cabeça baixa. Olhando atentamente para um dos livros de matemática. Cara! Quem lê isso?
– Ei, tudo bem? Estou falando com você. – tetei chamar a atenção do garoto sentado ao meu lado. Porém o mesmo não me olhou, com a cabeça baixa. Como se quisesse esconder o seu rosto.
– O-oi. – respondeu tímido.
– Tudo bem com você? Por que não me olha? Levanta a cabeça. – falei um pouco doce. Ele assim o fez, e eu tomei um baita susto encarando o seu rosto.

– Céus! Quem fez isso com você? – perguntei ainda sobe o efeito do susto. Ele engoliu a seco.

Aqui está mais um. Espero que esteja bom. Beijos :D

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