POV ANNA
Ainda
de olhos arregalados, em surpresa e raiva por um 'ser' não autorizado
estar perto da minha loirinha, me levantei em um salto da cadeira, e
digitei alguns números. Pattie e Justin me olhavam curiosos enquanto eu
apenas cuidava em tentar ouvir algo do outro lado da linha. E observar
minha lasanha. Ou o que sobrou dela. Vai que o Juju pega e come enquanto
estou distraída, né? Nunca se sabe. Então, em todo caso é sempre melhor
cuidar de sua comida. Principalmente quando se tem um namorado risonho e doido que pode comer toda a sua lasanha.
-
Quem me perturba enquanto observo a loira ao longe? - a voz de Damon me
despertou dos pensamentos e me fez dar um passo a frente e pegar meu
prato de lasanha. Minha comida está mais segura quando está comigo.
- Damon, sou eu. Me conte agora o que está acontecendo e de que instrumento vou precisar para arrancar coisas preciosas de rapazes. - rebati apressada e Justin arregalou os olhos.
- Do que você está falando? - perguntou assustado. Calma Juju, não é com você. Pensei.
- Bem, eu estava andando na rua, e... Bem, você sabe, espalhando meu charme, fazendo garotas se apaixonarem por mim...
- Você está falando como a Ashley.
- É mesmo? Caramba, preciso de um Ternapeuta... Ou... Ah, esqueçe! Como ia dizendo, em meio a minha caminhada,
eu notei um pontinho rosa ao longe. E quando resolvi verificar, vi que
era a nossa loira. Mas notei também outro ponto azul perto dela. Era um
garoto metido a besta, com sorrisinho idiota na cara. Adivinha quem era.
- Hum... Vejamos... Garotos daqui que são assim, tirando você... Hum...
-
Hey! Meu sorrisinho é sexy e completamente inofencivo. Não é culpa
minha se as garotas se apaixonam pelo meu charme sem igual, e não tenho
culpa também, se certos idiotas tentam ser como eu! - explicou em
defesa, como se estivesse ofendido com o que disse. Aquilo me fez rir
por instantes, afinal, ele falava como a verdadeira Ashley. Mas em
poucos segundos eu parei e resolvi desistir de pensar. Pensar me dá
fome.
- Tudo bem, eu desisto. Me diga você quem era o 'Decaptado' ao lado dela. - falei.
- Decaptado? Como assim, você vai decaptar alguém? - perguntou Justin assustado de olhos arregalados.
- Ele vai ser decaptado em cima e em baixo se ele ousar tentar ultrapassar a 'linha'. - respondi.
-
O nome do 'Decaptado' é Will Johnson. Você sabe quem é. Um dos
jogarodes do time de basquete. - respondeu Damon, e ao fundo de sua voz
ouvi o barulho de carro. Ele ainda estava na rua.
-
Mas que infeliz! Depois que o defendi e salvei a vida do seu Júnior,
ele me agradece dessa forma? Tentando ficar com a minha loira? -
perguntei indignada.
- Nossa loira. - corrigiu Damon. Ele e Justin são as únicas pessoas com quem vou dividir a minha amiga doida.
-
E onde você está? Está os observando? O que estão fazendo? Ele tentou
algo? Ela está sorrindo demais? Comeram alguma coisa? Sorvete de Flocos,
Cerveja Amanteigada, Pizza, Feijoada? - disparei em perguntas e ele
pareceu rir, mesmo que sem querer. O que foi? Só quero os detalhes, não
sou maluca!... Bem, eu acho que não.
-
Em primeiro, você não está em Hogwarts para perguntar sobre Cerveja
Amanteigada,... Aliás, não é Hogwarts, é Hogsmead, Três Vassouras. E
presumo que todo esse absurdo sobre comida é porque ainda
está com fome. Mas em resposta a pergunta anterior, estou seguindo os
dois. Entraram agora em um restaurante de comida Japonesa. Estão
sentados perto da janela,... E trocando sorrisinhos.
-
Ora Nachos Crocantes! - praguejei irritata, deixando o prato de lasanha
no balcão e pegando o garfo cheio com a última porção, que levei a boca
em um piscar de olhos. Agora minha comida está salva de um namorado
maluco. Sim, por falar nele, porque está com essa carinha de quem
observa alguém que está prestes a aprontar?
-
Tenho permisão para ser inconviniente? Posso bater nele? - Damon tornou
a perguntar intusiasmado. Olhei para o lado e vi Juju negar com a
cabeça, com um sorrisinho no canto dos lábios. Será que ele sabia que eu
ia ser inconviniente junto com o Damon? E porque ele tá levantando?
Santas Batatas Fritas que me ajudem!
-
Claro! Vá até eles, sente entre os dois e seja bem irritante. Não os
deixe um segundo sequer sozinhos, e faça o possível para que o garoto
tenha medo o suficiente para nunca mais sair com ela. E,... Bem, só bata
se ele tentar ultrapassar 'as linhas'. Estou chegando, acho que sei onde fica esse lugar.
- Certo, pode deixar comigo.
-
E caso eu não chegue, leve ela para casa, e não deixe o rapaz olhar
mais do que cinco segundos para ela antes de ir. Se ele encarar os
seios, terá permissão para bater nele. Te vejo mais tarde. - falei por
fim e encerrei a ligação.
- Vai
pra onde? - perguntou ele já na minha frente, braçso cruzados e olhar
firme. Ou seja, estava fazendo carinha de que está observando alguém que
está prentendendo aprontar. Mas eu não vou aprontar, apenas vou
defender uma loira em perigo, então porque ele tá fazendo essa carinha
pra mim? Achei ofenciva, tira.
- Eu vou encontrar o Damon... Nós vamos comprar doces! - menti tentando parecer convincente.
-
Mas não foi isso que você falou enquanto conversavam. Até resmungou
'Ora Nachos Crocantes!". - falou em resposta. Porque ele sempre descobre
minhas mentiras cabeludas?
- Bom, eu...
-
Você vai bisbilhotar a sua amiga? - perguntou dando mais um passo a
frente. Não faz isso, Jujuba, acabei de comer, e fico lerda e vulnerável
quando isso acontece.
- É claro que não! - menti tentando, em vão, fazer uma carinha fofa.
- Esses jovens! Mas quantas aventuras bobas! - Pattie comentou baixinho em meio a algumas risadinhas.
-
Não tente mentir para mim, Srta. Esposa dos Nachos! Pelo que entendi,
você e Damon estão planejando estragar o encontro da loira. Deixe-a
curtir as felicidades do amor, Anna. - continuou com a carinha de " Não
faça isso, mocinha".
- Mas não é um encontro! E ela não está apaixonada! Esse garoto está tentando ultrapassar a 'linha'
da minha Ashley Purpurinada Benson! Eu não posso permitir que isso
aconteça, porque caso contrário, terei que decapitar a cabeça dele. -
argumentei.
- Mas que 'linha'?
-
A linha da calcinha. - respondi simples e ele riu, balançando a cabeça.
E assim deu mais um passo a frente. Era impressão minha, ou a mãe dele
tava comendo sua lasanha, com um sorriso na boca enquanto nos assistia
falar? Tipo, como nos seriados de TV?
-
Você é muito ciumenta, anjo. Porque não deixa que ela descubra se ele é
bom ou não para ela sozinha? - segurou gentilmente meus braços,
deixando pequenos carinhos com o polegar.
- Você não sabe o que se passa naquela cabecinha de vento.
- E nem você.
- Por isso mesmo! - continuei e ele riu.
- Mas a Srta. não vai. Tenho certeza de que Damon já está sendo inconveniente pelos dois.
-
Mas eu sei que ele não serve pra ela. Sei que merece belos chutes no
traseiro! Por favor, me deixe chutar o traseiro dele! - pedi de um modo
fofo e Pattie riu alto.
- Mas que ciumenta! - falava entre gargalhadas. Ora Bolinhos de Carne, não sou ciumenta! Eu não sou, né?
-
Viu? Até mamãe concorda. - dizia ele. Mas aí tive uma ideia brilhante.
Como ele não sabia onde eles estavam, poderia pedir que ele me levasse a
uma loja de doces, e em seguida um passeio pela cidade. E durante o
'passeio' iria até onde eles estavam e fingiria ser uma grande
conhecidência.
- Se você me
levar para uma loja de doces, eu esqueço de tentar chutar o traseiro do
Will. - menti mechendo nas mãos, com um biquinho infantil no rosto.
- E porque esses seus olhinhos me dizem que você está Sapecando algo dentro dessa cabecinha?
- Sapecando?
- Quer dizer que você está pensando em aprontar.
-
Eu não estou. Juro por um bolinho que irei comer! - balançei a cabeça
de forma afirmativa, fazendo minha melhor carinha de inocente possível.
Segundos depois de pensar, ele beijou minha testa e sorriu.
-
Tudo bem. Mas lembre-se. Nada de Sapecar. - concordou enquanto pulei em
felicidade. Eu sabia que no fundo, ele tinha ideia de que eu iria
Sapecar, ou que pretendia, ou que tentaria... Mas enfim, vocês
entenderam. Mas espero estar errada, caso contrário, nunca irei atuar em
A Fábrica de Chocolate.
[...]
-
Tudo isso, e mais algumas balas custaram... 22,95. - falou a moça do
caixa. Eu nem estava acreditando que eu consegui trazer o Juju até aqui.
Na rua de trás, é onde fica o tal restaurante Japonês. Finalmente vou
poder olhar cara a cara para aquele filho de uma mãe e pai, boas pessoas
da sociedade, e fazer medo pra ele. Eu sabia ser misteriosa e
aterrorizante quando queria.
- A senhora ainda não me devolveu os meus cinco centavos. - falei, um minuto depois de ter dado o dinheiro para ela.
- Você aceita o troco em balinha?
- Eu quero os meus cinco centavos.
- Mas a balinha é saborosa e nutritiva...
-
Eu não quero o troco em balinhas! Quero os meus cinco centavos! -
rebati irritada. O que foi? Eu tenho direito, eu posso muito bem exigir o
meu dinheiro. Se fosse um único centavo eu também cobraria. E porque
não, ora bolas?
- Como você é mão-de-vaca. - reclamou ela, deixando o troco nas minhas mãos.
- Sou mesmo! - rebati birrenta, pegando uma das sacolas de compras, enquanto Justin carregava duas delas.
-
Mas veja só, dar o troco em balinha. Hum! - reclamei mais a frente,
arrumando com a mão livre minha roupa, que agora se encontrava meio
rebelde. Justin apenas riu enquanto andávamos. Depois preciso ver o que
esse menino tem para rir tanto assim. É a Febre da Vaca Louca?
-
Parados, os dois. Entrem agora. - um homem de touca no rosto falou.
Pronta para reclamar, senti Justin largar meus preciosos doces e puxar
meu corpo para trás. Foi o suficiente para descer meus olhos sobre os
outro quatro que entraram para entender, enfim, o que se passava. Era um
assalto.
- Todo mundo no chão,
agora! Quem não obedecer leva bala! - gritou o primeiro que nos forçou a
entrar. Aquela não era uma simples loja de doces. Era um supermercado.
Só que menor e mais moderno. Aquela era a lojinha de doces mais famosa
da cidade. Lá estavam os melhores doces, as melhores marcas e os mais
altos preços. Por isso minha birra com os cinco centavos. Em agonia,
Justin me puxou para trás de si, o que me fez abraçar seu corpo em puro
pânico.
- O que vamos fazer,
Juju? - perguntei aflita, enquanto um deles revirava o caixa. A moça,
desesperada, tentava retirar o dinheiro do caixa o mais rapido possivel,
dinheiro esse que não era pouco.
- Aconteça o que acontecer, não reaja. - respondeu baixo, o que me fez apertar ainda mais o abraço em sua cintura.
-
E vocês dois? Estão fazendo o que aí? Venham para cá, agora! - disse um
deles apontando para nós. Segurando firme nele, andamos até os demais
reféns sentados no chão, perto de uma das prateleiras de doces. Fizemos o
mesmo, e Justin sempre fazia com que seu corpo ficasse sobre o meu. Em
forma de proteção. Tentava de todas as maneiras fazer-me parar de
tremer.
- Está tudo bem, anjo. -
Justin falou baixo para me tranquilizar, mas aquilo não resolveu. Não
com uma arma apontada para minha cabeça. Santa Batatinha, o que fiz de
tão cruel pra todo mundo querer me matar?
-
Cala a boca, idiota! Você só vai falar quando eu mandar, caso
contrário, pode marcar um encontro com o cemitério. - brandou ele mais
uma vez, deixando o cano da arma ainda mais perto de nós. Me encolhi
apertando Justin ainda mais a mim.
-
Certo, agora vocês dois vão no cofre, agora andem depressa, não podemos
deixar o carro parado, pode chamar a atenção. - um dos membros do grupo
falou baixo. Quando percebi, a moça do caixa estava sentada junto a
nós. Choravam baixinho, assim como eu. Justin parecia tentar manter a
calma. Ele era o único que parecia se controlar. Ou que estava tentando
se controlar. Quando dois deles foram mais adentro da loja, um dos
homens armados, ficou parado atrás de nós enquanto outros dois
vasculhavam o que podiam. Tinha certeza de que tinha mais um no lado de
fora, provavelmente no carro.
-
Juju, eles vão levar os salgadinhos também. - cochichei em seu ouvido,
de coraão batendo rápido. Eles não podiam levar os meus bebês. Não meus
salgadinhos, meus Doritos.
-
Anna pelo amor de Deus, são apenas salgadinhos. Não vale a pena, não
tente nada, por favor. Fique quieta. - respondeu ele abraçando meu corpo
como podia.
- Mas são meus Doritos...
-
Está surda? Não ouviu seu namorado? Senta e cala a boca. - falou o que
estava atrás de nós. Engoli a seco, enfiando a cabeça no ombro do meu
namorado. Estava muito assustada.E se eles levassem meus Doritos? E
pior. Se eles machucassem o Justin? Ou o cachorrinho que tava passando
na frente da loja durante a saída?
- Hey... Espere, eu conheço você de algum lugar. - falou o ladrão para Justin. Ele por sua vez, segurou minha mão com força.
-
Conheço sim! Você é o carinha que tentei roubar. Aquele que tinha
acabado de levar um chute de uma garota. - olhei para o nerd e vi seus
olhos se arregalarem. Mas não de medo, e sim de surpresa. Já tentaram
assaltar ele?
- Acho que estou me lembrando de você.
-
É isso aí carinha!Você estava tão mal que até te ofereci dinheiro para
encher a cara. Mas e aí? Conseguiu a garota? - tornou a perguntar, um
pouco mais próximo de nós. Apesar da conversa estranha e do aparente
intusiasmo do ladrão, aquela metralhadora estava me fazendo revirar o
estômago.
- E-eu...
- É dessa garota que você falava? Ela é sua namorada agora? - interrompeu novamente ainda mais próximo. Acho que ele não tinha percebido que tinha a arma quase no meu rosto, ou fez de propósito.
- E-eu...
- Nossa, cara ela é muito linda! Que sortudo você é. Não se encontra garotas assim hoje em dia. Falo por experiência própria. - apontou para si e piscou o olho. Justin olhou brevemente para o lado, e ao notar meu medo pela arma que o homem impunha, pigarreu para lhe chamar a atenção do que ocorria. Por sorte, ou qualquer outra coisa, ele entendeu e tirou ela do meu rosto.
- Me desculpem aí pelo inconveniente, mas é que meus comparssas são um pouco nervosos. Sabe como é. E eu não reconheci você, carinha. Me desculpe.
- Tudo bem. - respondeu sem tentar gaguejar. Não deu muito certo, é claro. Mesmo sendo um pouco maluco, aquele homem estava me assustado.
- O que é que você está falando aí? - perguntou um dos homens. Ele trazia um saco ernome, que carregava a custo. Obviamente dinheiro. E aquilo me fez encolher ainda mais, abraçando meu namorado ainda mais forte do que antes. Em troca, recebi seu abraço acolhedor e protetor. Ele também estava noervoso.
- Nada. Pegou tudo? Já podemos ir? - respondeu o ladrão que conversava com Justin.
- Mas o que faremos com os reféns? - perguntou outro. O que estava atrás de nós.
- Matá-los para que não haja testemunhas. - respondeu o que parecia ser o chefe. Minhas mãos tremeram e minhas lágrimas molharam ainda mais meu rosto. Justin também me abraçava. Ele, assim como eu, temia o que viria a seguir.
- Cara, nós já pegamos o dinheiro, vamos embora. - rebateu o ladrão da conversa.
- Esqueceu do plano, idiota? - indagou o chefe, largando o saco de dinheiro. Ainda abraçada, olhei para o lado, vendo um homem que estava na loja pegando alguns chocolates dicar números disfarçadamente no celular, este atrás dele. Os bandidos, agora, brigavam entre si, e o que estava atrás de nós foi para o meio dos outros.
- Nós vamos morrer, Juju? - perguntei baixinho com medo.
- É claro que não, anjo. Vai ficar tudo bem, vai ver. Não vou deixar que machuquem você. - respondeu no mesmo tom, beijando o topo de minha cabeça.
- Mas e você?
- Vou ficar bem se você ficar bem.
- Qual é a sua, cara? Nós combinamos, seu imbecil! Quer morrer junto com eles? - gritou outro, e antes que ele pudesse pegar a metralhadora e disparar, a porta da doceria foi arrombada e vários policiais entraram no local. Os ladrões fugiram como podiam, não conseguindo levar a sacola maior e mais pesada. Justin me agarrou ainda mais me deitando no chão, antes de um tiroteio começar. Seu corpo ficou sobre o meu, e apenas o som dos tiros ecoavam na minha cabeça. As coisas caindo e se quebrando, os ladrões revidando atrás de algumas prateleiras do jeito que podiam, enquanto a policia do outro, respondia com mais tiros. Enterrei a cabeça no ombro do meu namorado, e abracei sua cintura, de olhos fortemente fechados.
- Eles estão indo alí! Vão! Peguem-nos! - gritou alguém, e para minha felicidade, ou simplesmente alivio, os passos e tiros foram ficando mais distantes. Ainda tremendo, Justin saiu de cima de mim, dois minutos depois, quando um policial simpático veio até nós e informou que os ladrões foram capturados. Consegui me mover apenas, com a ajuda das mãos meio trêmulas de Justin, que me ajudaram a sentar. Meus olhos estava arregalados, meu corpo tremia e o coração batia nervosamente.
- É dessa garota que você falava? Ela é sua namorada agora? - interrompeu novamente ainda mais próximo. Acho que ele não tinha percebido que tinha a arma quase no meu rosto, ou fez de propósito.
- E-eu...
- Nossa, cara ela é muito linda! Que sortudo você é. Não se encontra garotas assim hoje em dia. Falo por experiência própria. - apontou para si e piscou o olho. Justin olhou brevemente para o lado, e ao notar meu medo pela arma que o homem impunha, pigarreu para lhe chamar a atenção do que ocorria. Por sorte, ou qualquer outra coisa, ele entendeu e tirou ela do meu rosto.
- Me desculpem aí pelo inconveniente, mas é que meus comparssas são um pouco nervosos. Sabe como é. E eu não reconheci você, carinha. Me desculpe.
- Tudo bem. - respondeu sem tentar gaguejar. Não deu muito certo, é claro. Mesmo sendo um pouco maluco, aquele homem estava me assustado.
- O que é que você está falando aí? - perguntou um dos homens. Ele trazia um saco ernome, que carregava a custo. Obviamente dinheiro. E aquilo me fez encolher ainda mais, abraçando meu namorado ainda mais forte do que antes. Em troca, recebi seu abraço acolhedor e protetor. Ele também estava noervoso.
- Nada. Pegou tudo? Já podemos ir? - respondeu o ladrão que conversava com Justin.
- Mas o que faremos com os reféns? - perguntou outro. O que estava atrás de nós.
- Matá-los para que não haja testemunhas. - respondeu o que parecia ser o chefe. Minhas mãos tremeram e minhas lágrimas molharam ainda mais meu rosto. Justin também me abraçava. Ele, assim como eu, temia o que viria a seguir.
- Cara, nós já pegamos o dinheiro, vamos embora. - rebateu o ladrão da conversa.
- Esqueceu do plano, idiota? - indagou o chefe, largando o saco de dinheiro. Ainda abraçada, olhei para o lado, vendo um homem que estava na loja pegando alguns chocolates dicar números disfarçadamente no celular, este atrás dele. Os bandidos, agora, brigavam entre si, e o que estava atrás de nós foi para o meio dos outros.
- Nós vamos morrer, Juju? - perguntei baixinho com medo.
- É claro que não, anjo. Vai ficar tudo bem, vai ver. Não vou deixar que machuquem você. - respondeu no mesmo tom, beijando o topo de minha cabeça.
- Mas e você?
- Vou ficar bem se você ficar bem.
- Qual é a sua, cara? Nós combinamos, seu imbecil! Quer morrer junto com eles? - gritou outro, e antes que ele pudesse pegar a metralhadora e disparar, a porta da doceria foi arrombada e vários policiais entraram no local. Os ladrões fugiram como podiam, não conseguindo levar a sacola maior e mais pesada. Justin me agarrou ainda mais me deitando no chão, antes de um tiroteio começar. Seu corpo ficou sobre o meu, e apenas o som dos tiros ecoavam na minha cabeça. As coisas caindo e se quebrando, os ladrões revidando atrás de algumas prateleiras do jeito que podiam, enquanto a policia do outro, respondia com mais tiros. Enterrei a cabeça no ombro do meu namorado, e abracei sua cintura, de olhos fortemente fechados.
- Eles estão indo alí! Vão! Peguem-nos! - gritou alguém, e para minha felicidade, ou simplesmente alivio, os passos e tiros foram ficando mais distantes. Ainda tremendo, Justin saiu de cima de mim, dois minutos depois, quando um policial simpático veio até nós e informou que os ladrões foram capturados. Consegui me mover apenas, com a ajuda das mãos meio trêmulas de Justin, que me ajudaram a sentar. Meus olhos estava arregalados, meu corpo tremia e o coração batia nervosamente.
- Está tudo bem,
anjo. Acabou, eles foram pegos. - falava meu nerd, deixando beijos em
meu rosto, enquanto eu tratava de abraçá-lo o mais forte que podia, de
lágrimas silenciosas escorrendo os olhos. Obrigada Senhor.
0 comentários:
Postar um comentário