31 de jul. de 2013

My Dear Nerd - What If - Capítulo 44 - Quando Você se Vai

 

 POV ANNA
 Suspirei irritada. Aquela era a coisa mais chata que existia. Não a matéria, eu gostava de literatura, ou estava começando a gostar. Acreditem ou não, milagres acontecem. Mas era apenas porque a professora indicava livros muito bons? Não. Bem, eles não eram de todo ruim, mas, geralmente tinham uma conversação difícil. Os diálogos acabavam com minha vontade de ler por conterem palavras que eu nem sabia que existia. Mas como uma fã declarada de Harry Potter, de certa forma, me lembrava de certas passagens do livro que me faziam rir, ou simplesmente sentir fome. Sim, ainda sonho tomar Cerveja Amanteigada, problema? Além do mais, por algumas vezes, mesmo que raras ou não, ela citava o meu outro autor favorito. Nicholas Sparks. E era aí que simplesmente participava da aula e dava opiniões e falava quase como uma verdadeira nerd, para completo espanto dos meus amigos de classe. Mas todo o problema era a professora. Ela parecia uma minhoca morta. Agradeci por ter saído da escola a horas. Pensaram que estava na escola? Não, na verdade estou na casa do Justin. Ele estava me ajudando com a atividade de casa de Literatura. Ficava chato quando era algo que não estava relacionado com meus atures prediletos.
- É sério, eu desisto!
- Não fale assim, não é tão difícil.
- Isso é muito chato, fala sério! Não seria tão complicado se pudesse fazer uma resenha de A Última Música, ou de...
- Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Sei. - completou risonho. - Mas, seria mais fácil se experimentasse ler o livro antes de fazer a atividade, não acha?
- Mas é para entregar amanhã!
- E isso foi passado a um mês.
- É pouquíssimo tempo! Não acho justo. - reclamei, finalmente sentando na cama. Fechei o caderno e o guardei na bolsa. Tudo que queria agora era provar um bolo de cenoura da Pattie. Mas onde ela se encontrava? Pois é, trabalhando. E Justin não me deixa sair para preparar nada antes de terminar os deveres de casa pendentes. É mole? Porque ele tem que nerdear tanto? E porque estava rindo da minha cara, como se estivesse vendo algo engraçado?
- Porque está rindo?
- Por causa de sua carinha de raiva e as bochechas vermelhas. - riu. Ainda irritada por ele insistir que preciso fazer a lição sozinha, saí da cama e caminhei rápido até a minha bolsa dentro do guarda-roupas. Abri a bolsa, que na verdade, era uma pequena malinha, a procura de comida. Nada. Ah, eu tinha comido todos os doces no caminho e cinco minutos depois de ter chegado lá. Contrariada, abri a porta do quarto andando até a cozinha. Cadê a tia Pattie com os biscoitos com leite? E cadê também...
- Ai! - reclamei quando meu dedinho do pé se chocou contra o corrimão. Sim, me digam quem é absolutamente estúpido a ponto de bater o dedo no corrimão. Eu.
- Tá tudo bem? - ouvi Justin perguntar do quarto. Provavelmente organizando os livros que deixei espalhados sobre a cama. Mesmo com o dedinho do pé doendo, continuei a andar até a cozinha. A única coisa que encontrei, para minha total infelicidade, foi um pode de granola, e um saco com três batatas. Talvez, pensei, elas fossem suficientes para fazer algumas fritas.
- Você pode me ajudar aqui? - ouvi o nerd gritar lá de cima. Subi, batendo o dedinho na escada. Uma burra no recinto. Bem, retornando, quando entrei no quarto, lá estava ele.  Com uma mala enorme na cama, e roupas espalhadas. Toda a minha raiva por bater meu dedinho nos objetos da casa pareceram sumir. Ele ia amanhã. Amanhã. Ainda estava tentando digerir isso.
- Me chamou?
- Acha que devo levar isso? Essa roupa fica legal para me apresentar a produtores musicais? - perguntou, apontando para vestes separadas cuidadosamente sobre a cama. Fiz esforço para inventar uma mentira, e também para que minha voz não berrasse subliminarmente "Não vá!"
- Vai parecer um pastor com essa roupa. - comentei encontrando alguma sinceridade em minha frase. Ele apenas riu.
- Acha que vão gostar de mim?
- Quem não gostar é um estúpido. Você é maravilhoso.
- E se eu conseguir uma gravadora? - tornou a perguntar.
- Você vai ter conseguido uma gravadora, ué. - lutei para fazer uma pequena piada. Obtive sucesso com ele, mas o som da gargalhada não saiu. Tudo que ouvi, foi apenas uma risadinha sem graça ultrapassar minha garganta.
- Encontrou comida?
- Não. Sua mãe foi ao mercado, não é? - perguntei, feliz por ter mudado de assunto. Porém, não dei chance de que Justin pudesse me dar uma resposta. - Espero que ela traga algo bom. Sei que fazer compras depois do trabalho é cansativo, mas não vou me importar em ajudá-la caso precise.
- As vezes acho que sua mãe comeu demais enquanto estava grávida. - falou em meio a uma risada. Infelizmente não pude acompanhar. Não gostava de lembrar dela, de saber que nada era como antes, e a ausência de alegria no meu rosto pareceu denunciar que tinha falado besteira.  Nervoso, arrumou o óculo, passou a mão pelo cabelo e limpou a garganta.
- Me desculpe. Esqueci...
- Tudo bem. Entendo. - cortei antes que sua timidez o deixasse ainda mais confuso em suas palavras. Apenas notei que estávamos perto demais quando deixou um beijo carinhoso na ponta do meu nariz. Sentiria muita falta disso. - Quer ajuda em algo?
 - Anjo?
- Tudo bem, esqueça.
- Certo. - suspirou. - Poderia pegar os livros do guarda-roupas e arrumá-los na mala para mim? Estão separados no lado esquerdo, na prateleira do meio. Vou organizar os produtos de higiene que estão no banheiro, não vou demorar muito. Poderia fazer isso por mim?
- Claro, querido. - sorri fraco para ele que beijou minha bochecha e caminhou até o banheiro. Respirando fundo, caminhei até o lugar indicado e retirei os livros. Os analisei antes de por na mala. Dois deles eram de escola. Matemática e Química. O terceiro era Harry Potter e o Enigma do Príncipe que tinha emprestado a ele. Sim, ele já estava neste. Acredite ou não. O quarto, na verdade, era um pequeno álbum de fotos feito a mão, onde algumas fotografias nossas estavam coladas, e em baixo delas, estavam suas legendas. Encontrei algumas retiradas no meu aniversário, em nossos encontros, ou em simples momentos de diversão com os amigos. Algumas, antigas eram de apresentações ou ensaio da torcida. Pareciam retiradas de longe, o que dizia que ele tinha batido a foto escondido enquanto me assistia dançar. Outra, em que tomava Milkshake, enquanto devorava com os olhos a comida de Ashley. A mas engraçada, Damon, Ashley eu e Justin de frente a um dos cartazes de filme, quando fomos ao cinema. No rosto de Damon, abraçado a loira, ele desenhou bigodes, cabelos femininos e outros. Na mesma foto, ele beijava minha bochecha de certa forma que seu nariz tocava minha pele, e meu sorriso era, de fato, enorme. Ashley, abraçava o copinho cor de rosa do suco, e durante o momento, jurei que a ouvi dizer que estava sendo seguida por Paparazzi's. Fiquei realmente feliz por ele levar aquelas lembranças com ele. Mesmo sendo apenas por uma única semana. Porém, ao examinar outra página de seu pequeno álbum de fotos, reparei em um papel diferente. Ele não deveria estar ali, foi a primeira coisa que pensei. Tinha o aspecto velho, porém, não em seu extremo. Curiosa, sem me importar se Justin me surpreendesse bisbilhotando suas coisas, sentei na cama deixando o caderno sobre o colo. Abri, logo em seguida, a folhinha. "Para Anna Mel Montês - Meu Anjo" era o que se encontrava escrito no topo da página. Ao seu lado, verifiquei a data. E foi exatamente o que pensei. A folha foi escrita há dois anos atrás, no mês de Agosto. Continuei a ler, ficando cada vez mais imprecionada e feliz com o que lia, ao mesmo tempo que morria de saudade por saber que estava perdendo-o. Aquilo era pra mim. Ele fez uma música pra mim.
 Nerver Let You Go...
[...]Tem um sonho
Que eu venho perseguindo
Quero tanto que vire realidade
E quando você segura a minha mão
Então eu entendo que é pra ser
Porque baby, quando você está comigo

É como se um anjo tivesse vindo,
E me levado para o céu
(como se você tivesse me levado para o céu, garota)
Porque quando eu olho nos seus olhos
Não poderia ser melhor
(eu não quero que você vá, não, não, assim)

Então deixe a música explodir isso
Nós vamos fazer a nossa dança
Louveos que duvidam
Eles não importam
Porque essa a vida é longa
E esse amor é muito forte

Então amor, pode ter certeza
Eu nunca deixarei você partir[...]

Enchuguei as lágrimas que escaparam do meu controle assim que ouvi um barulho no banheiro. Com esforço, devolvi a folha amarela e riscada onde encontrei. Sabia que ele tinha cuidado muito bem dela, e talvez sentisse sua falta caso a guardasse para mim sem que soubesse. Na realidade, percebi o quão fui boba por não ter reparado nele antes. Por não ter me apaixonado por ele antes. Por notar, apenas agora que ele tinha um rapaz maravilhoso louco de amores por mim. Um garoto especial, do tipo que qualquer garota sonha. E ele estava lá o tempo inteiro. Esperando por mim. Sonhando com a possibilidade de que um dia pudesse olhar para ele, ou lhe sorrir. Talvez pensasse que a garota mais popular da escola jamais o amaria. Ele não era como Damon, não era nem de longe, como os garotos populares que desejava ser para chamar minha atenção. Talvez sua timidez tivesse atrapalhado, mas ainda sim ele não desistiu de mim. As cartas eram prova disso. Assim como as fotos tiradas escondido, as respostas de provas e trabalhos. Essa música não era tão diferente, porém, chamou ainda mais minha atenção do que qualquer outra coisa. Não o simples fato de escrever uma música para mim, o que era realmente maravilhoso, mas também as palavras me fizeram desejar ter aproveitado enquanto eu tinha chance. Talvez, hoje tivéssemos anos de namoro, mas agora, tudo que tinha era a certeza de que nunca mais teria o meu nerd depois daquela viagem. E aquilo doía tanto, que desejava que ele não fosse, que ficasse comigo. Era egoísta? É claro que era. Mas eu o amava, e apesar de não impedí-lo de ir, meu coração se despedaçava com a ideia de que a fama mudasse seu jeito de ser. E, principalmente, que nossa história ficasse apenas nas lembranças. Que ele encontrasse outra pessoa, pessoa essa que ocupasse meu lugar. Aquele último pensamento era ainda pior.
- Ah, já os arrumou? Obrigada. - ele sorriu beijando minha bochecha, agradecido. Aparecendo de repente ao meu lado.
- Por nada...
- PESSOAS MARAVILHOSAS DA MINHA VIDA! ONDE ESTÃO, QUE NÃO ESTÃO APRECIANDO MINHA BELEZA? - uma voz alta e conhecida soou pelo quarto. Quando dei por mim, lá estavam Ashley e Damon, deixando duas bolsas jogadas sobre a cama. Depois, sentando-se sobre ela como se fossem donos da casa. Se eles soubessem o que aconteceu ali, jamais cogitariam a ideia de por o popô nela.
- O que estão fazendo aqui?
- É assim  que recebe seus amigos amados? Bata nele por mim, Abelha. - respondeu folgada, olhando para as unhas.
- Vinhemos para....
- Fazer uma festa do pijama antes do Juju ir. - cortou a loira sorridente. Provavelmente ela trazia filmes e esmaltes dentro da bolsa. Caso tivesse algum tipo de comida na 'mala' rosa dela, estaria perdoada.
- Mas fiquem cientes de que ela me obrigou. - comentou Damon, olhando fixo para a loira que deu de ombros.
- Como foi que ela te subornou? - perguntou Justin segurando uma risada.
- Nem queira saber, cara. - retorquiu ele, nos fazendo rir muito, e bem alto. 

[...]
Aeroporto de Stratford, Sábado, 09:20am
- Vai ser tão legal! Prometo trazer todo o tipo de comida diferente que puder. - dizia Justin sorrindo, apertando ainda mais o abraço. Nem mesmo qualquer comida do mundo poderia me deixar feliz por vê-lo partir.
- Não sei não, Jujuba. Você parece um pastor com essa roupinha. - comentou a loira pensativa, encarando de cima a baixo as vestes de Justin. Essa era a última coisa com a qual me preocuparia nesse momento.
- Mas estou apresentável?
- Está, mas não de acordo com a minha moda. Mas que posso fazer? Você só está nerdeando através de sua roupa. - justificou e ele riu. - Ah, se você ver algum esmalte cor de rosa, ou qualquer coisa linda que combine comigo, você trás? - perguntou ela. Aquela carinha fofa fazia qualquer um se derreter.
- Claro que sim. - sorriu. -  Vou trazer muita comida também. Bastante mesmo. - beijou minha bochecha e forcei um sorriso. Pela primeira vez na vida, comida não era tão importante para mim, e simplesmente trocaria tudo que ele poderia trazer se tivesse a certeza de que jamais iria embora.
- Ainda bem que vai embora, não vou com sua cara. - desdenhou Damon, em seu habitual sorriso debochado. Aquela era a forma delicada que ele tinha para dizer: Vá na sombra? Se bem que, Damon e Severo Snape são quase irmãos com a excessão de que um existe e outro não. Até hoje ainda acho que a J. K. Rowling se baseou no meu amigo para o personagem, só pode.
- Idem. - respondeu  Justin, tentando entender se era um: Vá pela sombra, e boa sorte, ou um Não volte nunca mais.
- Vamos sentir saudades, Tia Pattie. A propósito, seu cabelinho está muito bonito hoje. O que pôs no cabelo? - perguntou a loira, entrando em uma conversa com a mulher baixinha antes da primeira chamada para o vôo. Pattie me abraçou forte, dizendo que logo estariam de volta, que sentiria saudades e que desejava muito que pudesse ir com eles. Damon deu um beijinho molhado na bochecha dela, deixando um Justin com ciúmes. "Eu sou o filho dela, não ele", era o que sempre reclamava quando os via conversando. Porém, para meu namorado, deixei apenas um beijo e um até logo. Se falasse demais, poderia dizer besteiras. E aquilo realmente não poderia acontecer.
- É só isso que tem para mim? - perguntou beirando o desapontamento. Não suportei ver aquilo.
- Não sabe o quanto vou sentir saudades. - acariciei sua bochecha. - Vai voltar logo, não é?
- É claro que sim, anjo.  Eu também vou sentir saudades, mas vou estar feliz porque sei que ao retornar, terei você esperando por mim com o sorriso que eu amo. Prometo. - tentando não chorar, o beijei rápido, e o empurrei levemente para que andasse ao avião antes que mudasse de ideia. A ficha só caiu quando vi ele se afastar com lágrimas nos olhos antes de virar e seguir em frente. Não vá! Fique comigo, não vá embora. Essas eram as palavras que desejava dizer, mas a única coisa que fiz foi assistir ele caminhar rápido junto a mãe e sumir do meu campo de visão. Agora já era. Ele foi embora.

Notas Finais
E aí, pessoinhas, gostaram? Ficou legal? Tá simples, eu não gostei muito não, fiz no mesmo dia e acho que foi por isso que ficou ruim. Não revisei, então desculpem qualquer erro ortográfico. Muitos e muitos beijinhos e até o próximo :D

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