28 de out. de 2013

My Dear Nerd - What If - Capítulo 50 - Adeus

POV JUSTIN
Ouçam Leona Lewis - I Will Be
- Vamos querido, não podemos nos atrasar. - disse a minha mãe do andar de baixo.
- Já vou, mãe. - gritei em resposta. Arrumei o óculo no rosto com o dedo indicador e parei para observar meu quarto. Era como se todo o meu passado, estivesse voltando à tona. Todos os momentos bons e ruins, a maioria, vividos bem aqui. As noites em que passei chorando por apanhar na escola, por Anna Mel namorar Damon e não perceber o quanto eu a amava; o dia em que tentei me matar e ela salvou minha vida, mesmo depois de tudo o que a fiz sofrer; os dias em que assistíamos filmes, trocávamos carinhos e tínhamos relações. Até mesmo, do tempo livre em que aproveitávamos para ler, comer ou apenas olhar a rua através da janela. Respirei fundo, tomando coragem para andar para fora; e com uma última olhada para o cômodo onde passei grande parte da minha vida, precisei conter as lágrimas. Prometi a mim mesmo que não iria chorar; Anna tinha feito o mesmo, sabia disso. Fechei a porta e comecei a caminhar na direção das escadas. Lembrei do dia em que corri pela casa com o Doritos da minha namorada; ela berrava pela comida, enquanto eu ria como um idiota. No final, nos beijamos e dormimos abraçados.
 A cada degrau, pequenas recordações de momentos maravilhosos passavam pela minha cabeça: O dia em que Anna rolou escada a baixo quando ia a cozinha, isso claro, depois de bater o dedinho nos móveis. Já na cozinha, lembrei do dia em que ela nos fez o jantar - ao qual a loira ajudou a preparar - e nos divertimos muito com com Anna e sua crise de ciúmes, correndo atrás de Damon com uma colher de pau, depois dele tentar roubar um beijo da loira. Parei perto do balcão, e não pude conter o riso ao perceber que relembrava um dos momentos felizes que tive aqui.
- Nossa, como ela fica fofa com essa carinha de sono. - brinquei, apertando suas bochechas. Era hora do almoço. Ela movia os olhos lentamente, e comia no mesmo ritmo. Porém sempre atenta caso eu tentasse roubar a comida dela. Eu ria como um completo idiota. Aquilo era muito engraçado; e muito fofo também.
- Não tente... Não tente roubar minha... Mi-minha lasanha. - reclamou sonolenta, abraçando a comida como podia, sempre em movimentos lentos. Eu, é claro, ri do seu ato maluco, e fui acompanhado por minha mãe. 
- Porque não deixa a comida aí, e vai dormir um pouco, meu bem? - sugeriu minha mãe, sentada à nossa frente, rindo da lerdeza matinal da minha namorada. 
- Não posso. Estou com fome. - respondeu baixo e preguiçosa, dando outra garfada na lasanha. Continuei a rir dos movimentos preguiçosos que fez, até mesmo para mastigar, abrindo e fechando os olhos tão lentamente, que as vezes, tinha a impressão que tinha dormido.
         É, foi nesse dia que ela recebeu uma mensagem do Damon dizendo que a loira tinha um encontro, e ela, em segundos, perdeu toda a preguiça. Eu ri daquilo, dando uma última olhada no cômodo e tornei minha caminhada em direção à sala de estar. Era incrível que, em cada cantinho dessa casa, havia sido o cenário de momentos maravilhosos e inesquecíveis.
- Porque será que você só pensa em comida? - brinquei rindo, deixando um beijinho na ponta do nariz dela.
- Eu não penso só em comida. - justificou Anna.
- É mesmo? - continuei a perguntar brincando, vendo ela levar um bolinho de carne à boca. Eu sabia que ela estava com ciúmes da comida, com medo que roubasse, comesse e bem... Acho que sabem o restante. Afinal, estamos falando de Anna Mel Montês. Mas era tão engraçado, e ao mesmo tempo tão fofo. Adorava aquilo nela. 
- É! Por exemplo, sou completamente apaixonada pelo Johnny Depp; nos meus sonhos, eu caso com ele, tenho dezessete ou trinta pacotes de Doritos, que devoramos enquanto observamos o mar. Isso, é claro, depois do casamento. - justificou dando de ombros. Ela até que tentou não por comida no meio, mas, eu sabia que não tinha conseguido. E eu ri, na verdade, gargalhei alto; ela me olhou estranho.
- E você dizendo que não pensa em comida o tempo inteiro! - continuei a rir com as mãos na barriga, enquanto minha namorada me olhava indignada, cruzando os braços. Ri ainda mais. 
          Aquela era uma das muitas das recordações maravilhosas que tinha. Tiramos diversas fotos naquele dia, comemos como loucos e, bem, nos fornicamos, como diria a loira. Lembrava até do dia em que ela trouxe o cão da vizinha para cá, para que ninguém visse ela dando comida para o animal; um de seus experimentos culinários, é claro. Ela ficou feliz porque o cão pareceu gostar e falou disso por uma semana inteira. Teve momentos críticos, é claro, como a vez que ela saiu correndo atrás de Ashley e Damon com um taco de basebol, porque os dois armaram para ela, fingindo que tinham fornicado. Anna ficou louca, é claro, e não pensou duas vezes para chutar o traseiro do amigo: ela foi bem rápida, devo admitir. Ele nunca mais fez esse tipo de brincadeira, ficou uma semana inteira sem andar direito. Eu ria toda vez que lembrava dele choramingando de dor, apalpando o traseiro.
- Justin querido, vamos depressa. - disse mamãe, me despertando das lembranças maravilhosas. Suspirei, e tornei a andar, agora, na direção da porta. Dei uma última olhada para a casa ao qual vivi a parte mais importante da minha vida, fechei a porta e a tranquei. Quando virei, vi minha mãe pondo as malas dentro do porta malas do táxi. Anna sorria fraco para mim, Ashley estava abraçada a Damon e também sorria, mesmo que triste. Ele acenou com a cabeça. Mike, fazia um leve carinho no braço da irmã e parecia não saber se sorria ou se ficava calado. Quando estava perto o suficiente de Anna, a abracei e beijei sua testa. Segurei seu rosto com as duas mãos e beijei sua boca, um selinho levemente demorado. Ela era a melhor coisa que tinha; e já estava perdendo.
- Vai ficar tudo bem, prometo. - disse Anna, em um leve suspiro.
[...]
POV ANNA
Observei Pattie ao longe, enquanto ela fazia os últimos ajustes para a viagem. Como eu estava? Terrivelmente triste. Nem toda comida do mundo me deixava mais feliz, ou me fazia esquecer um pouco que ele ia embora. Eu aproveitava cada momento que tinha ao seu lado, para guardar na memória todo pequeno detalhe daquele garoto nerd. Ele me abraçava apertado, a cabeça na curvatura do meu pescoço. Ashley estava sentada em um dos bancos do aeroporto, e Damon ao seu lado. Permaneci cadala a maior parte do tempo. Não sabia o que dizer ou fazer. Era verdade que eu não queria que ele fosse; mas isso seria tão absurdamente egoísta que... Droga! Eu odeio esse pequeno fato de que em algumas horas, terei de esquecer tudo isso, de que terei de seguir em frente sem ele e ele sem mim. Parecia até mentira, mas infelizmente não era. Queria que fosse um sonho ruim e quando acordasse e fosse para a escola, o encontrasse sorrindo para mim perto do seu armário.
   O relógio também estava brincando comigo, porque a hora parecia correr, só pra ele ir embora mais rápido. Queria muito pedir pra ele não ir, eu realmente não queria de forma alguma que ele fosse embora. Mas eu não conseguia fazê-lo; não tinha coragem de pedir que ele ficasse, mesmo me doendo profundamente a sua partida. Mas agora já era tarde demais, eu sabia disso.
- Pronto, querido. Eu já fiz os últimos ajustes para a viagem. Em alguns minutos chamarão o nosso voo. - comentou Pattie ao chegar perto de nós. Ele afirmou com a cabeça, sem dizer uma palavra sequer. - Vou ali comprar uma rosquinha e café, alguém quer? Qual sabor de rosquinha você prefere, Anna Mel, querida? Talvez tenha a de...
- Eu não quero. Muito obrigada, mas estou sem fome. - neguei com um sorriso amarelo. Ela parecia não acreditar no que tinha ouvido, mas não insistiu. Justin me abraçou um pouco mais forte, enquanto via a mãe andando para longe de nós. Acreditem ou não: Não estava com a mínima vontade de comer.
- Tem certeza de que não quer nada? Você deve estar com fome. - Justin falou baixo em meu ouvido. Neguei, apoiando a cabeça na curva do seu ombro.
- Mas eu quero. Estou morrendo de fome, Jujubona. - comentou Ash, passando a mão na barriga. Eu não tinha visto, mas não era necessário; conhecia muito bem aquela loira desajuizada.
- Então tente alcançar minha mãe, ela pode pegar alguma coisa pra você. - respondeu o nerd. Ouvi os passos da loira ficarem apressados; ela caminhava para longe de nós.
- Espere, eu vou com você. - dessa vez, foi a vez de Damon falar, correndo atrás da loira. Em tempos normais, eu iria até ele e lhe chutaria o traseiro. Mas não tinha forças nem para virar a cabeça e encará-lo. Não era um dia bom para aquilo. Quero dizer, Justin estava indo embora, e me preocupar em chutar o traseiro do meu amigo não tinha cabimento.
- Não vai querer chutar o traseiro dele? Ainda tem tempo. - comentou baixinho.
- Hoje não. Não quero perder nenhum segundo do meu tempo com você. - respondi. Ele não me respondeu, e por um momento, foi assim que ficamos. Estávamos sozinhos, por assim dizer, abraçados em pé, em um aeroporto, há poucos momentos da decolagem dele.
- Ainda há tempo.
- Tempo de quê?
- Sabe do que estou falando. Eu quero ir, mas não sem você. - respondeu. Suspirei baixo, sem tirar minha cabeça da curva do seu pescoço.
- Não comece com isso, por favor.
- Então você quer que eu vá embora?
- É claro que não.
- E então?
- É egoísta.
- Você poderia parar de falar isso? Eu não ligo para nada disso, pode ser sim, que eu queira uma vida melhor, em questões financeiras, mas, não vai ser a mesma coisa. Não quero perder você.
- Não vai me perder.
- É claro que vou. Porque quando eu entrar naquele avião, não seremos mais namorados. Eu não quero me despedir de você.
- Eu muito menos. Não pense que não dói ver você indo.
- Acho melhor irmos, querido, nosso voo já foi chamado. - falou Pattie de repente, interrompendo a nossa conversa. Estávamos tão concentrados um no outro que não ouvimos a voz eletrônica chamar. Calma, Anna, não chora na frente dele, não chora na frente dele. Pensei.
- Não esquece de mim não, tá bom, Jujuba? Não esqueça da minha beleza linda, do quão maravilhosa eu sou, e do quanto é apaixonado por mim, mas eu resolvi deixar você pra abelha, porque jujuba e abelha combina mais. - eu ri de lado, vendo a minha loira abraçar forte o meu nerd. - Ah, e fica com o meu Bottom de Amo a Mim Mesmo, só pra você ver e lembrar da minha beleza, tá bom? - ela enxugou uma lágrima ao partir o abraço e dar a lembrancinha pra ele. Justin riu encarando o bottom cor de rosa e agradeceu a ela.
- Obrigada Ashley, prometo não esquecer de você e da sua beleza linda. - ela enxugou outra lágrima e sorriu contente. Depois, ela foi se despedir de Pattie.
- Espero que tudo dê certo, você merece. E obrigada por aquele livro, estou realmente conquistando a garota que amo, valeu mesmo. - disse Damon sem jeito; eles deram um aperto de mão logo em seguida.
- É verdade, obrigada pelo livro. Que tudo dê certo, irmão. A gente se vê. - Mike disse e abraçou o garoto de óculo a sua frente. - E obrigada por fazer minha irmã feliz. Ver ela sorrindo é o que importa pra mim. - cochichou no ouvido dele. Mas eu tinha ouvido, e ouvido muito bem. Justin assentiu positivo depois que o abraço foi partido.
- Então... - falei meio tímida pra ele. Estávamos frente a frente, e nesse momento, eu não sabia o que dizer nem o que fazer. Era uma tortura. - Bem, eu quero que fique com isso aqui. Nesse saquinho tem alguns docinhos pra você comer durante a viagem, e... - dei o saquinho para ele, onde tinha Doritos, Ruffles Cebola e Salça e Alcaçuz. - ...Também tem esse livrinho aqui... - mostrei um livrinho feito a mão que tinha guardado na bolsa. - ... Tem algumas receitas, pro caso de você ter fome. Anotei também que você tem que comer de duas em duas horas, e que deve comer nachos ao menos uma vez ao dia para se manter saudável, e que não deve falar com estranhos e ser uma boa pessoa... - parei minha fala para enxugar uma lágrima que ameaçou cair. A essas horas, não sabia o que estava dizendo ou fazendo. Minhas mãos tremiam, apesar de tentar de todas as formas, mantê-las firmes. - E vai ter de prometer que vai experimentar todas as receitas, porque eu não quero que fique desnutrido ou que morra de fome. Você me entende? - falei entre lágrimas - é não consegui segurá-las - e logo fui abraçada com força por ele. Não queria chorar, mas, infelizmente, não consegui me manter firme.
- Vou sentir tanto a sua falta. Prometo fazer todas as receitas, vou comer tudo, do jeitinho que você mandou, prometo. - disse ele, abafado entre o abraço.
- Eu te amo. Mesmo deixando você ir. Mesmo não te pedindo pra ficar. Mesmo estando longe, eu te amo. Amo de verdade.
- Eu também amo. - juntando nossos lábios em um último beijo, o senti mais perto e ao mesmo tempo longe de mim do que nunca. Quando nos separamos, ainda com os rostos próximos ele beijou a pontinha do meu nariz. - A gente se vê em breve. - assegurou ele. Tirou um papel do bolso e o deixou em minhas mãos; entendi que deveria ler mais tarde. Afirmei com a cabeça, ainda atordoada. Assim que nos separamos de verdade, fui abraçar Pattie. Como sentiria falta dela.
- Cuida bem dele por mim, tá? - falei em seu ouvido. - Não deixe que ele fique desnutrido. Amo você. - ela sorriu triste fazendo um carinho em meu rosto assim que partimos o abraço que nos unia.
- Pode deixar meu doce. Também amo você. - só pude ouvir sua voz doce por alguns segundos, antes que eles caminhassem para longe de nós. Tentando controlar a vontade evidente de chorar, vi Justin parar perto do porão de embarque e olhar para mim: seu olhar triste, a lágrima caindo. Funguei sorrindo sem forças; no segundo seguinte ele deu as costas e sumiu do meu campo de visão.
   Mordendo a levemente os lábios, desdobrei papel que ele tinha me dado. Ali estava a música que ele tinha escrito para mim. Senti Ashley me abraçar de lado, porém, deixei todas as lágrimas que segurava, caírem. Elas molhavam meu rosto de forma impiedosa, e em meu choro silencioso, a ficha finalmente caiu. É,... ele foi embora.

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