POV ANNA
- Ai! - ela reclamou. Apertei o interruptor e vi Ashley caída no chão, com a mão na cabeça. Larguei a panela no balcão e me ajoelhei ao seu lado. - Sua abelha do mal! Porque me acertou com aquele treco? - reclamou, sentando no chão com a minha ajuda.
- Desculpa, eu pensei que era a Samara; eu precisava defender minha comida. - justifiquei sem graça
- A Samara sai de uma Tv, Anna Mel, e não de uma escada! - continuou reclamando. - Você acertou em cheio a minha mente belezuda, eu deveria chutar o seu traseiro.
- A pancada foi muito forte?
- Não muito, mas eu tô vendo duas de você. Qual devo chutar primeiro? - perguntou apertando os olhos, o que me fez rir. Segurei aquela reclamona, ajudando-a a sentar em uma cadeira. - Eu sabia que não devia ter deixado você assistir filme de terror, ontem a noite.
- E eu posso saber por que a senhorita estava acordada a essa hora da madrugada? - pus a mão na cintura.
- Eu quem deveria fazer essa pergunta, e vale lembrar que nós teremos aula daqui há algumas horas.
- É por isso que odeio segundas feiras. - comentei. - Mas você já sabe porque desci, agora é você quem me deve uma resposta. - insisti, pegando meus salgados, e um sorvete de flocos para a minha amiga maluca.
- Você não é a única que sente fome, Anna Mel.
- Ah, para de me chamar assim, fica formal demais pra você, não acredito que a pancada foi tão forte assim. - fiz biquinho. - Vai, me perdoa por favor.
- Nem adianta fazer esse biquinho fofinho, porque eu e minha beleza estamos bravinhas com você. - ela fez cara de má, dando uma colherada no sorvete, mas eu continuei fazendo uma carinha fofinha de sofredora; eu sabia que ela não resistiria. - Nem vem abelha, eu não... Hey, você tá melando minha bochecha de pó de salgadinhos! - reclamou entre risadas assim como eu ria, quando a abracei por trás e tasquei uma beijoca na bochecha. Viu, eu consegui!
- Você me perdoou.
- Não perdoei nada, abelha.
- Perdoou sim, tá me chamando de abelha. - ri me partindo o abraço e sentando ao seu lado. Comi um pouco da minha mistura de batata palha e nachos, afinal, não sou de ferro.
- Fazer, o que, né? Você é uma abelha, e abelhas são fofas. - justificou. Ri novamente. - Mas mudando de assunto, abelha que me ama mais do que se ama, cê acha que vão, tipo, fazer uma espécie de missa de 7° dia pra homenagear a Angelina e a Raquel? - perguntou curiosa.
- Pra ser sincera, eu não faço a mínima ideia.
- Eu sei que a Raquel deu em cima da sua Jujuba. - soltou ela, tirando minha atenção rapidamente da comida.
- Eu sei, ele me contou.
- Sabia que o Jujubona ia contar pra você.
- Estava na hora? Como não te vi?
- Eu estava dançando com o Damon lindão, que me ama muito, um pouquinho longe, mas vi tudo.
- E porque não impediu aquela quase biscate de tascar um beijo nele?
- Porque ele é uma jujuba muito fofa, e eu confio nele. Sei que está chateada com ela por tentar seduzir o Justin, mas ela já está morta. Esquece isso e segue em frente.
- Já segui em frente. Apesar de ter a pulga na orelha de que aquela não foi a primeira vez que ela tentou algo com ele, apesar de ser naquela festa a primeira e única oportunidade de ver quem ela realmente era.
- Você tem que confiar na jujuba, abelha.
- Confio nele, só não confio nessas garotas por aí. O que foi, virou moda pegar o nerd dos outros? - comentei um pouco irritada e ela riu. Okay, qual o problema dela?
- Acredite quando eu digo que já ameacei ele com um chute no traseiro se te magoar, e como ele já viu os sapatos lindos como eu, que uso, não existe um ser na terra que não fique com medo de mim. Apesar, de é claro, minha beleza exuberante me fazer parecer um doce de pessoa, eu consigo ameaçar alguém perfeitamente, obrigado. - disse orgulhosa, dando umas duas colheradas enquanto falava, me balançando os cabelos. É claro que não segurei a risada.
- Então sei que estou segura. - ri.
- Está mesmo. - afirmou. - Sabe o que isso me lembra? Toda essa coisa de pessoas morrendo, garotas dando em cima de caras comprometidos?
- O que?
- Kate Benner.
- Como assim?
- Anna, abelha que me ama, cê sabe muito bem que coisas estranhas começaram a acontecer, quando uma garota bonita e misteriosa apareceu na cidade. Ficou popular muito rápido, tipo, em menos de duas semanas. Sem falar que era um projeto de vadia, roubava os namorados das garotas, e fazia tudo aquilo só com quatorze anos. Você foi amiga dela, você sabe. Até me contou que ela tentou culpar o Jujubona de coisas que não fazia, como espionar as garotas no vestiário, roubar sutiãs e outras coisas.
- Mas não deixei que ela fizesse, Ash, eu juro...
- Eu sei, você sempre estava lá pra livrar a barra dele.
- Ela só fazia aquilo quando estava entediada e com raiva de algum cara, mas ele não tinha culpa de nada.
- Isso não justifica o que ela fazia, era uma megera.
- Eu sei, está certa. Mas eu não sei onde quer chegar com isso, o que está insinuando?
- Sei lá, só acho que parece muito coisa dela. As vezes acho que ela consegue ser ainda pior que Britney.
- Ashley, depois daquele dia, ninguém nunca mais a viu. Talvez esteja até morta. - continuei discordando.
- Não estou dizendo que ela pode estar viva, só estou dizendo que parece ser coisa dela, sabe?
- Entendo. - comi um pouco mais da minha comida deliciosa.
- E sabe o pior de tudo?
- O que?
- É que meu sorvete acabou, e eu ainda estou morrendo de fome. - ri baixo.
- Agora sim está falando a minha língua. - falei feliz. Olhamos uma para a outra, rindo como retardadas.
[...]
- Pode me trazer o condicionador, querido? - perguntei um pouco alto pra que Justin pudesse me ouvir do quarto. Meus cabelos estavam presos em um coque mal feito, e minhas mãos estavam cheias de sabão até a altura dos pulsos, ou um pouco acima deles. Aquele era o momento favorito da minha cadelinha, Amora; ela adorava tomar banho. Como a banheira era muito fundo para ela, mesmo que com pouca água, ela sempre tomava banho na pia do banheiro; cabia perfeitamente. Ela ficava quietinha, enquanto a água molhava e lavava seu pelo. Acho que era um dos poucos animais que gostavam de banho; Rosinha, a cadelinha de Ashley odiava, e a loira sempre acabava mais molhada do que a cadelinha quando tudo terminava. Era o mesmo para Collin, Bruce e Billy. Mas era engraçadinho ver meus amigos correndo pela casa atrás deles, e a guerra que era para serem limpos.
- O que tem aí acabou? - perguntou da porta.
- Uhum, tem um em uma bolsa grande e preta...
- Eu sei, a bolsa com as coisas da Amora. - interrompeu. - Mas pego o favorito dela, ou pode ser qualquer um?
- O favorito, pode ser. - respondi em um meio sorriso. Me virei para Amora, que me olhava esperando, provavelmente que eu reabrisse a torneira.
- Aqui está. - Justin deixou o shampoo perto da pia, me abraçando por trás logo em seguida. - Como você tem sorte, a Amora adora tomar banho, não precisa sair correndo como uma louca pela casa, nem se molhar mais do que o próprio cão. - ri, sentindo ele beijar minha bochecha.
- Não sei, acho que somos feitas uma para outra. Mas admito que é engraçado ver todo mundo correndo pela casa atrás de seus cães, enquanto a Amora come junto comigo.
- Não, você não disse isso. - ele me virou para si, juntando um pouco mais nossos corpos. - Isso já é maldade. - chegou mais perto. - Você é uma menina muito má, Anna.
- Eu sou, é? - mordi os lábios, erguendo uma de minhas pernas até a altura de sua cintura, onde ele a segurou, dando uma leve apertada. - Então acho que mereço uma lição...
- Au! - latiu Amora em protesto, atrás de mim. Sorri para Justin, lhe deixando um pequeno beijinho na pontinha do nariz.
- Pelos meus cálculos, a Amora está irritada por não estarmos dando atenção para ela e seu banho interrompido. - disse Justin enquanto ria e deixava um beijo na ponta do meu nariz; não pude deixar de sorrir com aquilo. Adorava aquela mania dele de beijar o meu nariz, era muito fofo.
- Não sabia que falava cachorres. - brinquei. Ele me largou e cruzou os braços, fingindo estar irritado.
- Eu deveria bater no seu traseiro. - ameaçou ele. - Ou melhor, comer todos os seus Doritos com molho na sua frente, só pra te torturar. E depois, é claro, não posso esquecer do Ruffles, da lasanha, o sorvete, bolo de chocolate com calda de morango...
- Okay, eu já entendi. - interrompi. - Mas essa tentativa de ameaça é mais fofa do que assustadora. - ele bufou descruzando os braços, me fazendo rir novamente. - Qual é, você é muito fofinho! E mesmo fazendo o pior tipo de ameaça, não fiquei nenhum pouco assustada. - dei de ombros.
- Vou trabalhar melhor nisso, já estou fazendo umas pesquisas de como ser assustador na maneira certa. - disse arrumando os óculos. - É sério, eu tenho algumas anotações.
- Tudo bem, vou acreditar que você, com essa carinha doce, pode ser uma espécie de badboy.
- Ué, eu posso fazer coisas muito más, porque eu sou malvado. - ri, vendo o quanto ele se esforçava para tentar parecer ao menos um pouco mal. - Por exemplo, sou tão malvado que há algumas horas atrás, enquanto você estudava e eu desci para beber uma água, eu aproveitei e comi um dos seus Doritos. - revelou cruzando os braços e eu arregalei os olhos ao saber porque faltava um pacote - e sim, eu conto um por um, e nem venha dizer que sou doida.
- Então quer dizer que foi você quem comeu o meu bebê? - ele também pareceu perceber que tinha falado besteira e deu uns passos para trás. - Eu deveria bater no seu traseiro, Justin!
- Quem deveria bater no traseiro de quem? - perguntou Ashley entrando no banheiro de repente.
- No meu, por ter comido o Doritos dela. Eu disse que podia ser malvado, mas ela não acreditou. - se defendeu ele, dividindo olhares entre eu e ela.
- Au! - latiu Amora, tentando chamar nossa atenção.
- Ual, jujubona!, isso é que é maldade. - concordou a loira, e ele até sorriria se eu não quisesse bater no traseiro dele. - E, a propósito, a Amorinha fofuxa tá parecendo um ratinho. Ou, não, melhor, ela tá parecendo um cachorro molhado.
- É claro né, loira, ela tá toda molhada. - falou Justin, arrumando o óculo.
- Ainda quero chutar seu traseiro, nerd do mal.
- Deixem os traseiros pra depois, agora admirem minha beleza enquanto eu falo. - jogou os cabelos lindos e loiros para trás, e pôs a mão na cintura. - Agora, sem mais delongas, eu descobri que a Raquel não foi assassinada.
- Oi? - perguntei confusa.
- É, o pessoal ficou sabendo, e a notícia foi correndo. Quem me ligou foi uma garota magrinha e morena que andava com ela, eu não lembro o nome direito. Mas ela disse que a Raquel tava muito bêbada e, acabou escorregando e caindo na piscina, quando andava perto dela.
- Ou seja, foi um acidente. - concluiu Justin. Uni minhas mãos molhadas, lembrando que a poucos dias, outra pessoa morreu.
- Certeza, loira?
- Uhum, tenho sim, abelha, o pessoal da perícia disse pra mãe da Raquel, a amiga magrinha ouviu e saiu contando pra todo mundo. Acho que pra tranquilizar o pessoal, já que tava todo mundo achando que tinha um assassino louco rondando a faculdade. - esclareceu ela. Respirei aliviada.
- Faz muito tempo que soube disso?
- Ela ligou pra mim tem alguns minutos, mas como o Dam, a Cait e o Mike estavam mais perto, contei pra eles primeiro. - deu de ombros.
- Ual.
- É, ual. - concordou Justin.
- Bem, agora que já sabem, podem continuar com aquela coisinha estranha de chutar traseiro e dar banho em cachorros fofinhos que parecem ratos quando estão molhados. - ela sorriu largo. Amora latiu, possivelmente ofendida - bem, eu acho que estava ofendida, eu não falo cachorres como o meu namorado nerd. - E não lata pra mim com essa carinha de cachorro molhado, Amorinha. Uma daminha não pode fazer isso. É falta de educação, eu já não disse isso pra você? Eu hein?!- reclamou. Em seguida, virou de costas e saiu desfilando do banheiro. Lembrando que tinha que terminar um banho, virei para minha cadelinha e passei o condicionador em seu pelo molhado.
- Pode parar com isso, você é do mal agora, e não deixo pessoas do mal e que comem meu Doritos pelas minhas costas me abraçarem. - reclamei manhosa, quando Justin me abraçou por trás. Ele riu, deixando um beijo no meu pescoço.
- Você parece com a Amora.
- Tá me chamando de cachorro molhado? - ele gargalhou.
- Não, querida, estou dizendo que é fofa. - esclareceu, enquanto eu fazia aquela cara de "Ah, cara, entendi!" - E quando está brava, então! As bochechas ficam mais vermelhas do que um pacote de Doritos. Dá vontade de morder. - ame abraçou mais forte. Liguei a torneira e minha cadelinha quase pulava de alegria.
- Então quer dizer que minhas bochechas parecem um Doritos? - perguntei feliz, e claro, gostando da proximidade dos nossos corpos.
- Sim, lindos Doritos. - deu uma mordidinha na minha nuca, me fazendo arrepiar um pouco. - Apesar de que a cor do Doritos é laranja, e não vermelha.
- Não me faz sonhar e depois cair do cavalo desse jeito, criatura! E nem venha rir, porque eu já tava toda contente pensando que minhas bochechas parecem lindos doritos.
- Mas elas parecem.
- Parecem? - perguntei, virando a cabeça para olha-ló.
- Uhum, parecem. Mas elas são bem melhores, porque eu posso morder e apertar várias e várias vezes que vão continuar sendo ainda mais perfeitas. - falou baixo no meu ouvido, na verdade, estava era sussurrando mesmo.
- Você andou pesquisando sobre sedução, não é? - perguntei um pouco mole com os toques dele em mim, e tudo que aquele nerd fez foi rir. Ainda vou descobrir porque esse pessoal ri tanto.
[...]
- Vocês vão dormir agora? - perguntou Damon, coçando os olhos.
- Vamos assistir mais alguns filmes. Pode ir dormir, fecharemos tudo não se preocupe. - respondeu Justin, fazendo carinho em meus cabelos. Já eu, me encontrava com a cabeça apoiada em seu colo, deitada no sofá da sala. Como os cachorros adoravam seguir seus donos, restavam apenas Collin, Amora e Billy ali conosco.
- Vão conseguir fechar tudo enquanto fornicam pela sala? - insistiu ele.
- Não fornicamos aqui, Damon, como pode pensar uma coisa dessas? - questionei indignada. - Bem, pelo menos não essa semana.
- Anna! - reclamou Justin.
- Foi mal.
- Que nojo, nunca mais vou sentar nesse sofá. Está com essência de abelha com mel.
- "Mel" com certeza. - falei rindo sapeca, lembrando dos belos momentos que tivemos ali.
- Anna Mel!
- É melhor eu subir antes que vomite em cima de vocês. - revirou os olhos, saindo o mais rápido que podia, com Billy o seguindo com suas perninhas curtinhas sendo movidas o mais rápido possível para acompanhar o dono.
- Minha nossa, sua cara foi hilária! - gargalhei me remexendo de um lado para o outro no sofá e no colo dele. Justin estava muito vermelho.
- Você não pode sair dizendo essas coisas. - reclamou envergonhado.
- Qual é, Justin. É normal pessoas que se amam, fornicarem. - dei de ombros tentando conter as risadas para não acordar Ashley e seu sono da beleza.
- É, mas não no sofá!
- Principalmente no sofá! - corrigi, ficando sentada ao seu lado. - Ou vai dizer que nenhum ser humano fez um amorzinho gostoso em um sofá? - perguntei de sobrancelha arqueada. - É legal fazer no sofá, é uma aventura.
- Aventura? - ele riu, me puxando mais para perto. Apoiei a cabeça na curva de seu pescoço. - Se bem que você está certa, é uma aventura fazer amor o sofá.
- É, mas o carro também é legal. E o banheiro, a bancada da cozinha, o quartinho da faculdade... - comentei.
- Anna Mel!
- Okay, eu parei. - ergui as mãos. - Não acredito que você ainda fica envergonhado quando falamos sobre isso.
- Acho que jamais deixarei de ser um nerd tímido.
- Mas até que é fofo. - falei sorrindo.
- Isso me faz lembrar de quando tínhamos quatorze anos. Lembro quando a escola nos levou a passeio para uma praia. Você estava com os cabelos presos, e um lindo biquíni vermelho com bolinhas roxas; não conseguia parar de olhar pra você.
- Ual, você lembra até da cor do biquíni? - ri se acreditar no que tinha acabado de ouvir.
- Uhum, e lembro também que você mal saia da tenda onde tinha uma mesa grande cheia de comida. - deixou um beijo em meus cabelos. Amora e Collin brincavam felizes, um pouco longe de nós, com uma bolinha. - A única coisa ruim era que a Kate estava sempre, ou quase sempre perto de você.
- Kate?
- Olá, pequena Anna.
- Doritos! - quase pulei, virando para trás com o coração a mil. Logo vi uma garota bonita, um pouco mais alta que eu, com um corpo bonito e biquíni sensual. - Você me assustou, Kate! - ri nervosa, devido ao susto. - O que faz aqui?
- Percebi que você está meio distante, escondida aqui pra ficar observando o Damon.
- Não estou observando ele. - argumentei na defensiva.
- Não precisa mentir, não pra mim. - voltei a observá-lo, atrás daquela cortina da tenda, com Kate no meu encalço. - Veja como ele é bonito e atlético. É tão lindo, e minha nossa!, ele é tão sexy. - sua voz baixa perto do meu ouvido me dava arrepios. - Não tem problema nenhum se transar com esse gostoso. Eu, honestamente, diria que é uma garota de sorte.
- Kate! - virei, não acreditando naquele absurdo que tinha acabado de ouvir. - Temos apenas 14 anos, não é idade pra isso.
- Bobagem, e além do mais, você acha mesmo que ele é virgem como você? - riu irônica. Fiquei um pouco nervosa, em pensar que ele tinha, provavelmente, ficado com outras garotas. Será que ela tava certa? - Tudo que tem que fazer, é mostrar pra ele que é a única que vai querer na cama, ou quem sabe, a única na vida, como o seu sonho adolescente de amor. É só mexer nos botões certos.
- Para.
- Qual é, eu sei que ele gosta de você, eu percebo que te olha sempre que pode. O gato está na sua, porque não age logo de uma vez?
- Não sei o que fazer, e além do mais nunca o surpreendi olhando para mim. Vai que é só impressão, né? - dei de ombros.
- Você é muito lenta, Anna. - pôs as mãos na cintura, como se lamentasse. - Sua sorte é me ter como sua mais nova Cupido.
- Hey, não faz isso! - reclamei quando ela me puxou pelo braço, justamente no momento em que menos esperava por aquela reação. Ela me arrastava na direção dele, e estava ficando apavorada; nunca troquei uma única palavra com ele na vida. - Kate, pare! - sussurrei, tentando impedir aquela loucura e convencê-la a parar. - Ainda não estou preparada pra isso.
- Deixe de ser medrosa. - desdenhou. Desisti de lutar e simplesmente a segui. Kate cutucou as costas - malhadas, largas e incríveis - dele, e quando se virou para nós, tive a visão dos céus. Damon sorriu para mim assim que me viu. Okay Anna se controle, não desmaie agora, só observe esse deus grego. - Como vai cara, soube que o time vai jogar daqui há duas semanas. É bom que vença, apostei 100 dólares em vocês. - disse ela, me largando gentilmente.
- Sutil como sempre, Kate Benner. - ela sorriu mostrando os dentes. - Mas vamos vencer, não se preocupe. - respondeu.
- Eu quero que conheça minha amiga, Anna Mel. - apontou para mim, e mais uma vez ele me olhou. Que sorriso!
- Oi. - sorri tímida. Damon me olhou por alguns segundos, como se estivesse reparando em cada detalhe do meu rosto. Depois, abriu um lindo sorriso e beijou minha mão direita como um verdadeiro cavalheiro.
- É um prazer conhecê-la, Anna Mel. - fez carinho em minha mão. Certo, acho que já posso desmaiar.
- Anna? Está tudo bem, querida? - balancei a cabeça tentando me livrar daqueles pensamentos ao ouvir a voz de Justin me chamar.
- Oh, sim, está tudo bem sim. Eu só estava tentando lembrar de quantos Doritos vou comprar amanhã para repor o que você comprou e ter outros de reserva, caso esse tipo de catástrofe torne a acontecer. - menti cabeludamente, sorrindo para ele. Era a primeira vez em anos que relembrava de como Damon e eu nos falamos pela primeira vez, de como "conheci" Kate e de como ela era. E para minha sorte, Justin acreditou e riu da minha aparente bobeira.
- Não sei se fico com ciúmes ou se como junto com você.
- Fique com ciúmes. - aconselhei, ficando assustada só de pensar nele comendo a minha comida. Ele riu mais uma vez, é claro.
- Boba. - deixou um selinho em meus lábios. - Mas eu concordo com o que a Ashley disse hoje, com caminho de volta da faculdade. Sei lá, é como se eu sentisse a presença da Kate entre nós, mesmo...
- Você quer parar de falar dela? Porque, de repente, todos acham que o que está acontecendo é coisa dela?
- Eu sei que ela era sua amiga, mas...
- Justin, querido, minhas amigas são Ashley doida Benson e Caitlin Beadles.
- O que a Kate fez de tão ruim pra você, para não querer sequer tocar no nome dela? - perguntou, segurando meu rosto com uma das mãos. - Pode confiar em mim, não importa o que tenha acontecido, vou entender.
- Eu não quero falar sobre isso, porque não tenho nada para falar. É a mesma coisa que lembrar que minha própria prima tentou me matar, que uma garota que confiei se uniu a ela para me machucar, só para vingar um ódio antigo. Não quero lembrar do passado porque é doloroso demais, Justin.
- Querida...
- E vale lembrar que eu tenho você, tenho aqueles doidos que estão dormindo lá em cima, a nossa cachorrada, essa casa e toda a comida que eu amo. Eu estou feliz, e gosto disso.
- Me desculpe por pressioná-la, não farei mais isso, prometo. - afirmou arrependido.
- Mas é claro que vai me pressionar!
- Oi?
- Eu ainda quero amor gostoso no sofá, tá pensando o que?! - falei quase indignada o fazendo rir um pouco alto.
- E eu aqui, pensando que você iria falar algo sério, e você me vem com "ainda quero fazer amor gostoso no sofá"? - tentava falar enquanto ria. - O que é que eu faço com você, hein? - mordi os lábios, deitando no sofá com as pernas abertas; em seguida, o puxei pela camisa para mim, fazendo com que ele ficasse deitado sobre meu corpo. Minhas pernas abraçaram sua cintura, e minhas mãos sua nuca.
- Faça amor gostoso, isso vai me fazer muito feliz.
- Mas aqui?
- Principalmente aqui. - ele sorriu para mim e, sem mais delongas, estávamos com lábios grudados, em meio a beijos e carícias incríveis. E, como eu sempre dizia, amor no sofá com seu namorado nerd é a melhor coisa de todas. Ah é, foi mal Damon, mas eu acho que você vai passar a próxima semana sem sentar aqui.
Notas Finais:
Oi oi, pessoas maravilhosas, como vão? Devo admitir que estaca com uma preguiça terrível de terminar esse capítulo. É, preguiça, preguiça. Eu tenho ideias e depois elas se vão e voltam, tipo, eu escrevia um pouquinho todo dia, mas ai criei vergonha na cara e parei para escrever o capítulo inteiro e aqui está. Eu espero mesmo que vocês tenham gostado, está meio bobo, e eu não gostei muito desse, mas aqui está mesmo assim. Me digam o que acharam, se gostaram ou não, esse tipo de coisinhas, conversem comigo, okay? Beeeeijocas meus mini doritos :D
Como a Anna estava no Flashback: http://data3.whicdn.com/images/96425079/large.jpg