28 de jan. de 2014

My Dear Nerd - Heart by Heart - Capítulo 5 - Principalmente no Sofá

 POV ANNA
Peguei a maior vasilha de vidro que encontrei e a deixei sobre o balcão de mármore da cozinha. Depois, me dirigi a geladeira e tirei meu pote de sorvete de Napolitano, deixando-o ao lado do recipiente de vidro. Sorridente, e ainda faminta, abri os pacotes mais perfeitos do planeta: Doritos e Ruffles Cebola e Salça. Despejei os dois na panela de vidro e os misturei, contente por estar sozinha ali. Peguei um punhado da minha mistura, mastigando-as prazerosamente enquanto abria o pote de sorvete, mas depois decidi guardá-lo para depois, e ficar apenas com os salgados e a água. Eu poderia mentir, dizendo que minha pequena refeição no meio da madrugada foi tranquila, que nenhum ser sobrenatural tentou me atormentar ou coisa parecida, mas essa seria uma das piores mentiras já contadas na face da terra. Eu ouvi passos no andar de cima, e instantaneamente abracei minha panela com comida. Levantei do banco, e fui para trás do balcão. Deixei mina vasilha perto do fogão, e a cobri com um pano - caso alguém tentasse roubá-la de mim, sou prevenida, que posso fazer?! - e segurei o cabo de uma frigideira tão firmemente que quase não sentia os meus dedos. Aproveitando que a luz do lugar estava baixa, espreitei por cima do mármore o ser se aproximar. Foi bem estranho, não parecia com a Samara ou aquele carinha dos Jogos Mortais; a pessoa parecia coçar a cabeça com a mão esquerda e a direita os olhos. Fiquei um pouco confusa, mas isso não me impediu de continuar segurando a frigideira para me defender. Dei uma olhada pra conferir se minha comida ainda estava bem - tá, ainda não superei a morte daquele Doritos - e quando voltei a olhar, o "ser" já não estava mais lá. Fui levantando bem lentamente, olhando para tudo que podia no meio daquela escuridão - agora percebo que serei uma eterna medrosa. Dei um passo para trás, erguendo um pouco a frigideira; outro passo e outro: só tive tempo de notar uma cabeleira loira no meio do meu susto, grito e encontrão de algo com a frigideira preta que usei para me defender assim que senti algo ou alguém bater no meu corpo.
- Ai! - ela reclamou. Apertei o interruptor e vi Ashley caída no chão, com a mão na cabeça. Larguei a panela no balcão e me ajoelhei ao seu lado. - Sua abelha do mal! Porque me acertou com aquele treco? - reclamou, sentando no chão com a minha ajuda.
- Desculpa, eu pensei que era a Samara; eu precisava defender minha comida. - justifiquei sem graça
- A Samara sai de uma Tv, Anna Mel, e não de uma escada! - continuou reclamando. - Você acertou em cheio a minha mente belezuda, eu deveria chutar o seu traseiro.
- A pancada foi muito forte?
- Não muito, mas eu tô vendo duas de você. Qual devo chutar primeiro? - perguntou apertando os olhos, o que me fez rir. Segurei aquela reclamona, ajudando-a a sentar em uma cadeira. - Eu sabia que não devia ter deixado você assistir filme de terror, ontem a noite.
- E eu posso saber por que a senhorita estava acordada a essa hora da madrugada? - pus a mão na cintura.
- Eu quem deveria fazer essa pergunta, e vale lembrar que nós teremos aula daqui há algumas horas.
- É por isso que odeio segundas feiras. - comentei. - Mas você já sabe porque desci, agora é você quem me deve uma resposta. - insisti, pegando meus salgados, e um sorvete de flocos para a minha amiga maluca.
- Você não é a única que sente fome, Anna Mel.
- Ah, para de me chamar assim, fica formal demais pra você, não acredito que a pancada foi tão forte assim. - fiz biquinho. - Vai, me perdoa por favor.
- Nem adianta fazer esse biquinho fofinho, porque eu e minha beleza estamos bravinhas com você. - ela fez cara de má, dando uma colherada no sorvete, mas eu continuei fazendo uma carinha fofinha de sofredora; eu sabia que ela não resistiria. - Nem vem abelha, eu não... Hey, você tá melando minha bochecha de pó de salgadinhos! - reclamou entre risadas assim como eu ria, quando a abracei por trás e tasquei uma beijoca na bochecha. Viu, eu consegui!
- Você me perdoou.
- Não perdoei nada, abelha.
- Perdoou sim, tá me chamando de abelha. - ri me partindo o abraço e sentando ao seu lado. Comi um pouco da minha mistura de batata palha e nachos, afinal, não sou de ferro.
- Fazer, o que, né? Você é uma abelha, e abelhas são fofas. - justificou. Ri novamente. - Mas mudando de assunto, abelha que me ama mais do que se ama, cê acha que vão, tipo, fazer uma espécie de missa de 7° dia pra homenagear a Angelina e a Raquel? - perguntou curiosa.
- Pra ser sincera, eu não faço a mínima ideia.
- Eu sei que a Raquel deu em cima da sua Jujuba. - soltou ela, tirando minha atenção rapidamente da comida.
- Eu sei, ele me contou.
- Sabia que o Jujubona ia contar pra você.
- Estava na hora? Como não te vi?
- Eu estava dançando com o Damon lindão, que me ama muito, um pouquinho longe, mas vi tudo.
- E porque não impediu aquela quase biscate de tascar um beijo nele?
- Porque ele é uma jujuba muito fofa, e eu confio nele. Sei que está chateada com ela por tentar seduzir o Justin, mas ela já está morta. Esquece isso e segue em frente.
- Já segui em frente. Apesar de ter a pulga na orelha de que aquela não foi a primeira vez que ela tentou algo com ele, apesar de ser naquela festa a primeira e única oportunidade de ver quem ela realmente era.
- Você tem que confiar na jujuba, abelha.
- Confio nele, só não confio nessas garotas por aí. O que foi, virou moda pegar o nerd dos outros? - comentei um pouco irritada e ela riu. Okay, qual o problema dela?
- Acredite quando eu digo que já ameacei ele com um chute no traseiro se te magoar, e como ele já viu os sapatos lindos como eu, que uso, não existe um ser na terra que não fique com medo de mim. Apesar, de é claro, minha beleza exuberante me fazer parecer um doce de pessoa, eu consigo ameaçar alguém perfeitamente, obrigado. - disse orgulhosa, dando umas duas colheradas enquanto falava, me balançando os cabelos. É claro que não segurei a risada.
- Então sei que estou segura. - ri.
- Está mesmo. - afirmou. - Sabe o que isso me lembra? Toda essa coisa de pessoas morrendo, garotas dando em cima de caras comprometidos?
- O que?
- Kate Benner.
- Como assim?
- Anna, abelha que me ama, cê sabe muito bem que coisas estranhas começaram a acontecer, quando uma garota bonita e misteriosa apareceu  na cidade. Ficou popular muito rápido, tipo, em menos de duas semanas. Sem falar que era um projeto de vadia, roubava os namorados das garotas, e fazia tudo aquilo só com quatorze anos. Você foi amiga dela, você sabe. Até me contou que ela tentou culpar o Jujubona de coisas que não fazia, como espionar as garotas no vestiário, roubar sutiãs e outras coisas.
- Mas não deixei que ela fizesse, Ash, eu juro...
- Eu sei, você sempre estava lá pra livrar a barra dele.
- Ela só fazia aquilo quando estava entediada e com raiva de algum cara, mas ele não tinha culpa de nada.
- Isso não justifica o que ela fazia, era uma megera.
- Eu sei, está certa. Mas eu não sei onde quer chegar com isso, o que está insinuando?
- Sei lá, só acho que parece muito coisa dela. As vezes acho que ela consegue ser ainda pior que Britney.
- Ashley, depois daquele dia, ninguém nunca mais a viu. Talvez esteja até morta. - continuei discordando.
- Não estou dizendo que ela pode estar viva, só estou dizendo que parece ser coisa dela, sabe?
- Entendo. - comi um pouco mais da minha comida deliciosa.
- E sabe o pior de tudo?
- O que?
- É que meu sorvete acabou, e eu ainda estou morrendo de fome. - ri baixo.
- Agora sim está falando a minha língua. - falei feliz. Olhamos uma para a outra, rindo como retardadas.
[...]
- Pode me trazer o condicionador, querido? - perguntei um pouco alto pra que Justin pudesse me ouvir do quarto. Meus cabelos estavam presos em um coque mal feito, e minhas mãos estavam cheias de sabão até a altura dos pulsos, ou um pouco acima deles. Aquele era o momento favorito da minha cadelinha, Amora; ela adorava tomar banho. Como a banheira era muito fundo para ela, mesmo que com pouca água, ela sempre tomava banho na pia do banheiro; cabia perfeitamente. Ela ficava quietinha, enquanto a água molhava e lavava seu pelo. Acho que era um dos poucos animais que gostavam de banho; Rosinha, a cadelinha de Ashley odiava, e a loira sempre acabava mais molhada do que a cadelinha quando tudo terminava. Era o mesmo para Collin, Bruce e Billy. Mas era engraçadinho ver meus amigos correndo pela casa atrás deles, e a guerra que era para serem limpos.
- O que tem aí acabou? - perguntou da porta.
- Uhum, tem um em uma bolsa grande e preta...
- Eu sei, a bolsa com as coisas da Amora. - interrompeu. -  Mas pego o favorito dela, ou pode ser qualquer um?
- O favorito, pode ser. - respondi em um meio sorriso. Me virei para Amora, que me olhava esperando, provavelmente que eu reabrisse a torneira.
- Aqui está. - Justin deixou o shampoo perto da pia, me abraçando por trás logo em seguida. - Como você tem sorte, a Amora adora tomar banho, não precisa sair correndo como uma louca pela casa, nem se molhar mais do que o próprio cão. - ri, sentindo ele beijar minha bochecha.
- Não sei, acho que somos feitas uma para outra. Mas admito que é engraçado ver todo mundo correndo pela casa atrás de seus cães, enquanto a Amora come junto comigo.
- Não, você não disse isso. - ele me virou para si, juntando um pouco mais nossos corpos. - Isso já é maldade. - chegou mais perto. - Você é uma menina muito má, Anna.
- Eu sou, é? - mordi os lábios, erguendo uma de minhas pernas até a altura de sua cintura, onde ele a segurou, dando uma leve apertada. - Então acho que mereço uma lição...
- Au! - latiu Amora em protesto, atrás de mim. Sorri para Justin, lhe deixando um pequeno beijinho na pontinha do nariz.
- Pelos meus cálculos, a Amora está irritada por não estarmos dando atenção para ela e seu banho interrompido. - disse Justin enquanto ria e deixava um beijo na ponta do meu nariz; não pude deixar de sorrir com aquilo. Adorava aquela mania dele de beijar o meu nariz, era muito fofo.
- Não sabia que falava cachorres. - brinquei. Ele me largou e cruzou os braços, fingindo estar irritado.
- Eu deveria bater no seu traseiro. - ameaçou ele. - Ou melhor, comer todos os seus Doritos com molho na sua frente, só pra te torturar. E depois, é claro, não posso esquecer do Ruffles, da lasanha, o sorvete, bolo de chocolate com calda de morango...
- Okay, eu já entendi. - interrompi. - Mas essa tentativa de ameaça é mais fofa do que assustadora. - ele bufou descruzando os braços, me fazendo rir novamente. - Qual é, você é muito fofinho! E mesmo fazendo o pior tipo de ameaça, não fiquei nenhum pouco assustada. - dei de ombros.
- Vou trabalhar melhor nisso, já estou fazendo umas pesquisas de como ser assustador na maneira certa. - disse arrumando os óculos. - É sério, eu tenho algumas anotações.
- Tudo bem, vou acreditar que você, com essa carinha doce, pode ser uma espécie de badboy.
- Ué, eu posso fazer coisas muito más, porque eu sou malvado. - ri, vendo o quanto ele se esforçava para tentar parecer ao menos um pouco mal. - Por exemplo, sou tão malvado que há algumas horas atrás, enquanto você estudava e eu desci para beber uma água, eu aproveitei e comi um dos seus Doritos. - revelou cruzando os braços e eu arregalei os olhos ao saber porque faltava um pacote - e sim, eu conto um por um, e nem venha dizer que sou doida.
- Então quer dizer que foi você quem comeu o meu bebê? - ele também pareceu perceber que tinha falado besteira e deu uns passos para trás. - Eu deveria bater no seu traseiro, Justin!
- Quem deveria bater no traseiro de quem? - perguntou Ashley entrando no banheiro de repente.
- No meu, por ter comido o Doritos dela. Eu disse que podia ser malvado, mas ela não acreditou. - se defendeu ele, dividindo olhares entre eu e ela.
- Au! - latiu Amora, tentando chamar nossa atenção.
- Ual, jujubona!, isso é que é maldade. - concordou a loira, e ele até sorriria se eu não quisesse bater no traseiro dele. - E, a propósito, a Amorinha fofuxa tá parecendo um ratinho. Ou, não, melhor, ela tá parecendo um cachorro molhado.
- É claro né, loira, ela tá toda molhada. - falou Justin, arrumando o óculo.
- Ainda quero chutar seu traseiro, nerd do mal.
- Deixem os traseiros pra depois, agora admirem minha beleza enquanto eu falo. - jogou os cabelos lindos e loiros para trás, e pôs a mão na cintura. - Agora, sem mais delongas, eu descobri que a Raquel não foi assassinada.
- Oi? - perguntei confusa.
- É, o pessoal ficou sabendo, e a notícia foi correndo. Quem me ligou foi uma garota magrinha e morena que andava com ela, eu não lembro o nome direito. Mas ela disse que a Raquel tava muito bêbada e, acabou escorregando e caindo na piscina, quando andava perto dela.
- Ou seja, foi um acidente. - concluiu Justin. Uni minhas mãos molhadas, lembrando que a poucos dias, outra pessoa morreu.
- Certeza, loira?
- Uhum, tenho sim, abelha, o pessoal da perícia disse pra mãe da Raquel, a amiga magrinha ouviu e saiu contando pra todo mundo. Acho que pra tranquilizar o pessoal, já que tava todo mundo achando que tinha um assassino louco rondando a faculdade. - esclareceu ela. Respirei aliviada.
- Faz muito tempo que soube disso?
- Ela ligou pra mim tem alguns minutos, mas como o Dam, a Cait e o Mike estavam mais perto, contei pra eles primeiro. - deu de ombros.
- Ual.
- É, ual. - concordou Justin.
- Bem, agora que já sabem, podem continuar com aquela coisinha estranha de chutar traseiro e dar banho em cachorros fofinhos que parecem ratos quando estão molhados. - ela sorriu largo. Amora latiu, possivelmente ofendida - bem, eu acho que estava ofendida, eu não falo cachorres como o meu namorado nerd. - E não lata pra mim com essa carinha de cachorro molhado, Amorinha. Uma daminha não pode fazer isso. É falta de educação, eu já não disse isso pra você? Eu hein?!- reclamou. Em seguida, virou de costas e saiu desfilando do banheiro. Lembrando que tinha que terminar um banho, virei para minha cadelinha e passei o condicionador em seu pelo molhado.
- Pode parar com isso, você é do mal agora, e não deixo pessoas do mal e que comem meu Doritos pelas minhas costas me abraçarem. - reclamei manhosa, quando Justin me abraçou por trás. Ele riu, deixando um beijo no meu pescoço.
- Você parece com a Amora.
- Tá me chamando de cachorro molhado? - ele gargalhou.
- Não, querida, estou dizendo que é fofa. - esclareceu, enquanto eu fazia aquela cara de "Ah, cara, entendi!" - E quando está brava, então! As bochechas ficam mais vermelhas do que um pacote de Doritos. Dá vontade de morder. - ame abraçou mais forte. Liguei a torneira e minha cadelinha quase pulava de alegria.
- Então quer dizer que minhas bochechas parecem um Doritos? - perguntei feliz, e claro, gostando da proximidade dos nossos corpos.
- Sim, lindos Doritos. - deu uma mordidinha na minha nuca, me fazendo arrepiar um pouco. - Apesar de que a cor do Doritos é laranja, e não vermelha.
- Não me faz sonhar e depois cair do cavalo desse jeito, criatura! E nem venha rir, porque eu já tava toda contente pensando que minhas bochechas parecem lindos doritos.
- Mas elas parecem.
- Parecem? - perguntei, virando a cabeça para olha-ló.
- Uhum, parecem. Mas elas são bem melhores, porque eu posso morder e apertar várias e várias vezes que vão continuar sendo ainda mais perfeitas. - falou baixo no meu ouvido, na verdade, estava era sussurrando mesmo.
- Você andou pesquisando sobre sedução, não é? - perguntei um pouco mole com os toques dele em mim, e tudo que aquele nerd fez foi rir. Ainda vou descobrir porque esse pessoal ri tanto.
[...]
- Vocês vão dormir agora? - perguntou Damon, coçando os olhos.
- Vamos assistir mais alguns filmes. Pode ir dormir, fecharemos tudo não se preocupe. - respondeu Justin, fazendo carinho em meus cabelos. Já eu, me encontrava com a cabeça apoiada em seu colo, deitada no sofá da sala. Como os cachorros adoravam seguir seus donos, restavam apenas Collin, Amora e Billy ali conosco.
- Vão conseguir fechar tudo enquanto fornicam pela sala? - insistiu ele.
- Não fornicamos aqui, Damon, como pode pensar uma coisa dessas? - questionei indignada. - Bem, pelo menos não essa semana.
- Anna! - reclamou Justin.
- Foi mal.
- Que nojo, nunca mais vou sentar nesse sofá. Está com essência de abelha com mel.
- "Mel" com certeza. - falei rindo sapeca, lembrando dos belos momentos que tivemos ali.
- Anna Mel!
- É melhor eu subir antes que vomite em cima de vocês. - revirou os olhos, saindo o mais rápido que podia, com Billy o seguindo com suas perninhas curtinhas sendo movidas o mais rápido possível para acompanhar o dono.
- Minha nossa, sua cara foi hilária! - gargalhei me remexendo de um lado para o outro no sofá e no colo dele. Justin estava muito vermelho.
- Você não pode sair dizendo essas coisas. - reclamou envergonhado.
- Qual é, Justin. É normal pessoas que se amam, fornicarem. - dei de ombros tentando conter as risadas para não acordar Ashley e seu sono da beleza.
- É, mas não no sofá!
- Principalmente no sofá! - corrigi, ficando sentada ao seu lado. - Ou vai dizer que nenhum ser humano fez um amorzinho gostoso em um sofá? - perguntei de sobrancelha arqueada. - É legal fazer no sofá, é uma aventura.
- Aventura? - ele riu, me puxando mais para perto. Apoiei a cabeça na curva de seu pescoço. - Se bem que você está certa, é uma aventura fazer amor o sofá.
- É, mas o carro também é legal. E o banheiro, a bancada da cozinha, o quartinho da faculdade... - comentei.
- Anna Mel!
- Okay, eu parei. - ergui as mãos. - Não acredito que você ainda fica envergonhado quando falamos sobre isso.
- Acho que jamais deixarei de ser um nerd tímido.
- Mas até que é fofo. - falei sorrindo.
- Isso me faz lembrar de quando tínhamos quatorze anos. Lembro quando a escola nos levou a passeio para uma praia. Você estava com os cabelos presos, e um lindo biquíni vermelho com bolinhas roxas; não conseguia parar de olhar pra você.
- Ual, você lembra até da cor do biquíni? - ri se acreditar no que tinha acabado de ouvir.
- Uhum, e lembro também que você mal saia da tenda onde tinha uma mesa grande cheia de comida. - deixou um beijo em meus cabelos. Amora e Collin brincavam felizes, um pouco longe de nós, com uma bolinha. - A única coisa ruim era que a Kate estava sempre, ou quase sempre perto de você.
- Kate?
- Olá, pequena Anna.
- Doritos! - quase pulei, virando para trás com o coração a mil. Logo vi uma garota bonita, um pouco mais alta que eu, com um corpo bonito e biquíni sensual.  - Você me assustou, Kate! - ri nervosa, devido ao susto. - O que faz aqui?
- Percebi que você está meio distante, escondida aqui pra ficar observando o Damon.
- Não estou observando ele. - argumentei na defensiva.
- Não precisa mentir, não pra mim. - voltei a observá-lo, atrás daquela cortina da tenda, com Kate no meu encalço. - Veja como ele é bonito e atlético. É tão lindo, e minha nossa!, ele é tão sexy. - sua voz baixa perto do meu ouvido me dava arrepios. - Não tem problema nenhum se transar com esse gostoso. Eu, honestamente, diria que é uma garota de sorte.
- Kate! - virei, não acreditando naquele absurdo que tinha acabado de ouvir. - Temos apenas 14 anos, não é idade pra isso.
- Bobagem, e além do mais, você acha mesmo que ele é virgem como você? - riu irônica. Fiquei um pouco nervosa, em pensar que ele tinha, provavelmente, ficado com outras garotas. Será que ela tava certa? - Tudo que tem que fazer, é mostrar pra ele que é a única que vai querer na cama, ou quem sabe, a única na vida, como o seu sonho adolescente de amor. É só mexer nos botões certos.
- Para.
- Qual é, eu sei que ele gosta de você, eu percebo que te olha sempre que pode. O gato está na sua, porque não age logo de uma vez?
- Não sei o que fazer, e além do mais nunca o surpreendi olhando para mim. Vai que é só impressão, né? - dei de ombros.
- Você é muito lenta, Anna. - pôs as mãos na cintura, como se lamentasse. - Sua sorte é me ter como sua mais nova Cupido.
- Hey, não faz isso! - reclamei quando ela me puxou pelo braço, justamente no momento em que menos esperava por aquela reação. Ela me arrastava na direção dele, e estava ficando apavorada; nunca troquei uma única palavra com ele na vida. - Kate, pare! - sussurrei, tentando impedir aquela loucura e convencê-la a parar. - Ainda não estou preparada pra isso.
- Deixe de ser medrosa. - desdenhou. Desisti de lutar e simplesmente a segui. Kate cutucou as costas - malhadas, largas e incríveis - dele, e quando se virou para nós, tive a visão dos céus. Damon sorriu para mim assim que me viu. Okay Anna se controle, não desmaie agora, só observe esse deus grego. - Como vai cara, soube que o time vai jogar daqui há duas semanas. É bom que vença, apostei 100 dólares em vocês. - disse ela, me largando gentilmente.
- Sutil como sempre, Kate Benner. - ela sorriu mostrando os dentes. - Mas vamos vencer, não se preocupe. - respondeu.
- Eu quero que conheça minha amiga, Anna Mel. - apontou para mim, e mais uma vez ele me olhou. Que sorriso!
- Oi. - sorri tímida. Damon me olhou por alguns segundos, como se estivesse reparando em cada detalhe do meu rosto. Depois, abriu um lindo sorriso e beijou minha mão direita como um verdadeiro cavalheiro.
- É um prazer conhecê-la, Anna Mel. - fez carinho em minha mão. Certo, acho que já posso desmaiar.
- Anna? Está tudo bem, querida? - balancei a cabeça tentando me livrar daqueles pensamentos ao ouvir a voz de Justin me chamar.
- Oh, sim, está tudo bem sim. Eu só estava tentando lembrar de quantos Doritos vou comprar amanhã para repor o que você comprou e ter outros de reserva, caso esse tipo de catástrofe torne a acontecer. - menti cabeludamente, sorrindo para ele. Era a primeira vez em anos que relembrava de como Damon e eu nos falamos pela primeira vez, de como "conheci" Kate e de como ela era. E para minha sorte, Justin acreditou e riu da minha aparente bobeira.
- Não sei se fico com ciúmes ou se como junto com você.
- Fique com ciúmes. - aconselhei, ficando assustada só de pensar nele comendo a minha comida. Ele riu mais uma vez, é claro.
- Boba. - deixou um selinho em meus lábios. - Mas eu concordo com o que a Ashley disse hoje, com caminho de volta da faculdade. Sei lá, é como se eu sentisse a presença da Kate entre nós, mesmo...
- Você quer parar de falar dela? Porque, de repente, todos acham que o que está acontecendo é coisa dela?
- Eu sei que ela era sua amiga, mas...
- Justin, querido, minhas amigas são Ashley doida Benson e Caitlin Beadles.
- O que a Kate fez de tão ruim pra você, para não querer sequer tocar no nome dela? - perguntou, segurando meu rosto com uma das mãos. - Pode confiar em mim, não importa o que tenha acontecido, vou entender.
- Eu não quero falar sobre isso, porque não tenho nada para falar. É a mesma coisa que lembrar que minha própria prima tentou me matar, que uma garota que confiei se uniu a ela para me machucar, só para vingar um ódio antigo. Não quero lembrar do passado porque é doloroso demais, Justin.
- Querida...
- E vale lembrar que eu tenho você, tenho aqueles doidos que estão dormindo lá em cima, a nossa cachorrada, essa casa e toda a comida que eu amo. Eu estou feliz, e gosto disso.
- Me desculpe por pressioná-la, não farei mais isso, prometo. - afirmou arrependido.
- Mas é claro que vai me pressionar!
- Oi?
- Eu ainda quero amor gostoso no sofá, tá pensando o que?! - falei quase indignada o fazendo rir um pouco alto.
- E eu aqui, pensando que você iria falar algo sério, e você me vem com "ainda quero fazer amor gostoso no sofá"? - tentava falar enquanto ria. - O que é que eu faço com você, hein? - mordi os lábios, deitando no sofá com as pernas abertas; em seguida, o puxei pela camisa para mim, fazendo com que ele ficasse deitado sobre meu corpo. Minhas pernas abraçaram sua cintura, e minhas mãos sua nuca.
- Faça amor gostoso, isso vai me fazer muito feliz.
- Mas aqui?
- Principalmente aqui. - ele sorriu para mim e, sem mais delongas, estávamos com lábios grudados, em meio a beijos e carícias incríveis. E, como eu sempre dizia, amor no sofá com seu namorado nerd é a melhor coisa de todas. Ah é, foi mal Damon, mas eu acho que você vai passar a próxima semana sem sentar aqui.

Notas Finais:
Oi oi, pessoas maravilhosas, como vão? Devo admitir que estaca com uma preguiça terrível de terminar esse capítulo. É, preguiça, preguiça. Eu tenho ideias e depois elas se vão e voltam, tipo, eu escrevia um pouquinho todo dia, mas ai criei vergonha na cara e parei para escrever o capítulo inteiro e aqui está. Eu espero mesmo que vocês tenham gostado, está meio bobo, e eu não gostei muito desse, mas aqui está mesmo assim. Me digam o que acharam, se gostaram ou não, esse tipo de coisinhas, conversem comigo, okay? Beeeeijocas meus mini doritos :D
Bikini da Kate: http://data2.whicdn.com/images/78071104/large.jpg
Como a Anna estava no Flashback: http://data3.whicdn.com/images/96425079/large.jpg

9 de jan. de 2014

My Dear Nerd - Hear by Heart - Capítulo 4 - Festinha de Sábado

POV ANNA
- Isso é sério, Justin? É a segunda vez que faz isso. - fiz biquinho, vendo ele tirar o copo vermelho cheio de bebida alcóolica das minhas mãos. - Só um copo, por favor.
- Não posso deixar que você se embebede, e não adianta fazer carinha fofa porque eu não vou deixar que beba nada além de água ou suco.
- O que eu vou comer aqui? A Cait mentiu para mim dizendo que ia ter comida a vontade. - cruzei os braços e ele riu, abraçando minha cintura. - E por falar naquela criatura, onde ela está? Vou dar umas boas palmadas nela por mentir para mim.
- Na verdade ela não mentiu; você foi quem comeu tudo quase sozinha e muito rápido. - ele corrigiu rindo. Arrumei seu óculo ao rosto e ele me deu um beijo na bochecha.
    Ainda era sábado, e aquela festa da Raquel Anderson estava me deixando completamente entediada. A noite era bonita e tranquila, mas aquela 'pequena reunião' não fazia jus a noite estrelada. Não se tinha uma comida digna naquele lugar, tirando é claro, a bela fonte de queijo derretido onde as pessoas molhavam seus nachos - eu fui pra cozinha e peguei uma panela enorme de nachos lindos e laranjas, mas, foi difícil carregar tudo sozinha; mas não entendam mal, não desisti fácil e além do mais, ninguém sentiu falta deles pois estavam muito bêbados ou chapados para reparar em qualquer outra coisa - e foi ali que passei a maior parte da festa. Na verdade eu ainda estava de frente para a fonte de queijo derretido, e próxima a mesa de bebidas. Eu não fazia ideia de onde estavam Caitlin e Mike, e o que me deixava mais tranquila era saber que Damon estava lá fora no jardim com a minha loira - eles bebiam apenas refrigerante a festa inteira.
- O que estão achando da festa, minhas crianças namoradeiras? - uma pessoinha cutucou meu ombro quando estava cogitando a ideia de beijar meu namorado.
- Por favor, Raquel, você chama isso de festa? Tem gente se pegando até na sua escada. - falei e ela riu
- Não me culpe se minhas festas são tão, 'sociáveis', minha cara. -  levou o típico copo vermelho a boca, tomando um bom gole, antes de falar novamente. - Curiosos pra saber quem serão os próximos?
- As novas vítimas? Não, obrigada, estamos bem aqui. Não queremos saber quem vai ser quem será a próxima a ter o vídeo de seu momento de intimidade para toda a faculdade.
- Não esqueça que foi ela quem bebeu como louca, ninguém a obrigou se pegar com o Tyler na...
- Espera, Tyler? Estamos falando do mesmo Tyler? - perguntou Justin abismado. Para explicar melhor, Tyler era o tipo de nerd mais tímido que já conheci na vida; seu único amigo era Justin. Acredite, eu já até ofereci a minha comida pra ver se o garoto se soltava um pouquinho mais, quando esteve na nossa casa para assistir um filme. Ainda bem que ele não aceitou minha comida, porque, né! eu tava morrendo de fome, então preciso mais do que ele.
- Exatamente! Parece que o garotinho nerd resolveu curtir a vida e perder a virgindade. - ela gargalhou.
- Você está mentindo, ele não vem pra esse tipo de festas. - Justin negou sem acreditar. Bem, se fosse eu, também não acreditaria.
- É só ir para a sala de entrada, depois olhe na direção da escada e me diga o que vê. - ela deu de ombros e ele seguiu as instruções, sem soltar a minha mão. É, Raquel tava certa, era o garoto nerd que aparentemente não queria mais ser... Sei lá, ser ele mesmo. Uma coisa se moveu atrás de mim com tanta rapidez, que levei um susto quando senti mãos nos meus olhos antes que eu pudesse notar mais alguma coisa além do rosto dele.
- Você não viu nada, não é? - ouvi a voz de Justin no meu ouvido. Atá, era ele. Agora dá até pra imaginar a a reação dele a cena que eu ainda não tinha visto direito: os olhos esbugalhados, a cara de surpresa, o instinto selvagem de tampar minha visão caso eu estivesse vendo.
- Não, você tapou meus olhos antes que notasse direito que é mesmo o Tyler.
- Ótimo, porque isso não está nada adequado aos padrões de...
- Não está adequada aos seus padrões, Justin. Esta é uma festa adolescente, o que esperava? - ouvi a voz de Raquel, provavelmente para ao nosso lado. Eu ouvia rapazes incentivando a garota a continuar fazendo o que quer que fosse, o 'click' das câmeras fotografando o momento, a música alta.
- Isso não é admissível, Raquel. Seus pais sabem que você está dando essa festa? Que tem adolescentes bêbados e se relacionando em público na casa deles? Porque esse não é o tipo de atitude que se deva ter, e você também não deveria estar servindo bebidas de alto teor alcoólico, ou deixar que vendam drogas aqui.- questionou meu nerd, nerdeando como sempre. Fofo.
- Vai traduzir, não é? - perguntou Raquel. Ri com o suspiro insatisfeito dele.
- Eu te conduzo, tá bom? Quando estivermos longe disso, eu prometo tirar as mãos dos seus olhos.- ele falou novamente em meu ouvido. O que posso dizer, é que foi meio incômodo sair dali assim, mas agradeci por ter acabado logo. Quando ele tirou as mãos dos meus olhos, vi que estávamos na aparente sala de jogos e aquilo parecia uma verdadeira pista de dança; ao menos nisso ela caprichou. Grande coisa, isso nem é feito de comida, então tanto faz; comentou minha mente: eu concordei com ela.
- O que deu no Tyler pra ele fazer aquilo? - perguntou Justin preocupado.
- Vou ser sincera e isso pode não agradar você, mas pelo que ouvi, eu acho que ele tá é muito drogado.
- O que esse garoto tem na cabeça? Eu hein!
- Você não é pai dele, deixa ele aprender com os próprios erros. - fiz um carinho em seu ombro. - Hey! Vamos dançar. - propus alegre.
- Mas oi? - perguntou confuso. - Pensei que depois daquilo iríamos pra casa.
- Justin, você não é babá do Tyler, esquece ele. Aquele idiota é o único que vai arcar com as consequências de suas asneiras,... Ou não. Mas isso não interessa, porque você veio para se divertir, e você vai.
- Mas Anna...
- Vai sim, Justin, vai se divertir muito hoje. Ir pra 'casa' nem que o Doritos fale! - exclamei e ele riu da minha expressão. - Viu como o destino é maravilhoso? Está ouvindo isso? Cry me a River. - comentei deixando um sorriso crescer, o segurando pela mão, puxando-o para o meio da pista de dança.
- Não sei dançar essa música muito bem, e além do mais você está de shorts e...
- Justin, não tem ninguém de vestido e paletó aqui. - segurei sua nuca, fazendo ele olhar apenas para meus olhos. É, ele tava meio tímido, mas eu não iria deixar a timidez vencer, ele era um ótimo dançarino. - Vimos mais de dez garotas usando calças jeans, botas fofas e camisetas normais. Então segure minha cintura e dance comigo. - ordenei e ele assim o fez. Assim que a batida da música sexy começou, nós começamos a dançar. Nós observávamos enquanto nossos passos eram um pouco improvisados, e outros já conhecidos por nós. Com os corpos colados, pernas entrelaçadas, começamos a girar gradualmente e bem devagar pela pista.
- So you took a chance, And made other plans... - cantarolei sensual, acompanhando os movimentos da dança.
- But i bet you didn't think that they would come crashing down, no. - continuou ele, sem tirar os olhos de mim, segurando firme minha cintura com apenas uma das mãos, e me curvei para trás como se estivéssemos realizando uma espécie de 'exercício de confiança' ao contrário, deixando que ele me segurasse, com minhas pernas entre as suas, e lentamente tornei a ficar ereta; segurei seu ombro novamente. Continuamos a dançar de forma sensual - sem ser vulgar -, ele desceu a mão livre e acariciou minha coxa quando a música estava no coro e a ergueu bem devagar até a altura de sua cintura, ele sorriu sapeca assim que nos olhamos. Quando senti meus pés no chão, ele largou minha cintura e me girou uma vez; quando o senti novamente, ele me abraçava por trás - uma de suas mãos voltou a minha cintura. Ri com aquilo, sabendo o quanto ele estava se saindo bem.
- Girl i refuse, you must have me confused; With some  other guy; Your brigdes were burned, and now it's your turn to cry... - cantou no meu ouvido, enquanto ainda dançávamos no ritmo maravilhoso daquela música. Deixou um beijo na minha bochecha - bem sexy - e me trouxe para mais perto do seu corpo.
- Cry me a river. - continuei. Ele me girou novamente, de frente para ele. Corpos colados novamente. - Cry me a river, girl. Cry me a river. - uma das minhas mãos segurou sua nuca, e assim o puxei para um beijo. A sua língua brincava sem pressa com a minha, mas não paramos com nossos movimentos improvisados. Baguncei seus cabelos da nuca um pouco, antes de nos separarmos para cantar juntos os versos finais da música.
- Cry me a river (Cry me, cry me). - terminamos juntos, antes de selarmos nossos lábios em um beijo breve e feliz, e depois, é claro, rimos um para o outro como dois idiotas.
- Bom show, adorei a dança. - uma voz me tirou daquele pequeno momento de nostalgia. - Pessoas maravilhosas, aprenderam isso comigo, só pode!
- Ele tem talento, não é? - comentei orgulhosa, vendo Justin ficar vermelho de vergonha. Ué, tava safadinho agora pouco! Eu hein.
- Uhum, tem sim. Tava aí todo sensualizando. Se você não fosse da minha abelha, e eu não tivesse meu Damon lindo, eu te pegava Jujubona. - eu ri da asneira que ela falou. - Será que dá pra ensinar isso pro Dam?
- Cadê ele? - perguntei rindo.
- Tá ali, ô! - apontou para um canto um pouco longe, onde pude vê-lo encostado a parede, dando uma golada em seu copo. - Ele ficou com preguiça de chegar perto de vocês, então eu vim. Mas nós vimos tudo, vocês dançando. Ficou muito bom. - sorriu ela. - Venham comigo, purpurinados. - quando percebi, ela estava nos puxando pelas mãos para longe da pista de dança e para perto de Damon.
- Olá, dançarinos, como vai a vida de vocês? Agradeci por vocês não terem praticamente se comido no meio da pista de dança, por terem sido, digamos... - fingiu pensar. - Sensuais porém não vulgares. Tirando aquele beijo é claro, não havia nenhuma necessidade, o espectador aqui - apontou para ele e Ashley. - Não precisava ter visto aquilo. Mas como sou muito bonzinho, minha nota é 9,0. - sorriu e bebeu novamente de seu copo.
- O que o Dam lindão que me ama muito quer dizer, é que vocês dançam bem pra chuchu. - corrigiu ela.
- Tudo bem, o sarcasmo dele não esconde sua admiração pela minha dança. - respondeu Justin, brincalhão.
- Quem 'brilhou' mais ali foi a Anna, então feche a sua cara. - respondeu Damon, dando aquele risinho sarcástico que me conquistou anos atrás.
- Porque vocês não param de brigar e me amam? Me admirar faz bem pra pele. - interrompeu Ashley. - Jujubona, você viu aquele seu amiguinho, o Tyler? Ele...
- Já vi sim, loira. Apesar disso ser contra as regras, não posso me intrometer, é a vida dele e ele é quem deve decidir o que faz. Só não entendo porque, de uma hora para outra, ele tomou essa atitude.
- As vezes um homem deve se render aos prazeres da vida. - revelou Damon, ainda bebericando sua bebida. - Me desculpe por ferir seus sentimentos, amigo, mas nenhum livro pode fazer o que uma mulher faz, por tanto... - deixou a frase no ar, dando de ombros. - Eu até te aconselharia a fazer igual ao Tyler, mas se magoar a Anna eu vou quebrar a sua cara, então é melhor ficar calado aí. - olhou para o copo e fez um careta. - Fico meio mal humorado quando minha bebida acaba, se é que me entende. - revirei os olhos, e os outros fizeram o mesmo.
- Ah, abelha, acabei de lembrar, o Mike tava procurando você. - lembrou a loira, do meu lado.
- Sabe o que ele queria?
- Ele não disse nada disso nem pra mim, nem pra minha beleza, flor que me ama, só pediu pra avisar que queria te ver.
- Tudo bem, eu vou procurar ele. - me virei para Justin, abraçando sua seu pescoço com as mãos. Beijei seus lábios de leve. - Eu volto logo, tudo bem?
- Porque não fique um pouco mais? Vai ver, nem é tão importante assim.
- Eu adoraria, querido, mas você sabe como eu sou curiosa. Vai ser rápido, prometo. Mas, enquanto isso, você faz um favor pra mim?
- O que quiser. - sorriu, abraçando minha cintura.
- Procura comida pra mim? É que eu ainda estou com fome.
- Surpresa será o dia em que não estiver com fome. - ele riu, beijando a ponta do meu nariz. - Fique tranquila, vou procurar algo pra você. - me deu um selinho. - Volte o mais rápido que puder.
- Pode deixar. - puxei seu rosto para mim e juntei nossos lábios em um beijo um pouco rápido. Ao me separar dele, sorri para Ashley e Damon, e saí da sala de jogos "barra" pista de dança. Eram muitas pessoas, então achar o besta do meu irmão ia ser uma tarefa complicada. O pior de tudo, era que nenhum de nós tinha lembrado de trazer os celulares, pois é, acredite se quiser. Aproveitei que estava longe de Justin, e peguei um copo de bebida: tomei tudo de uma só vez, mesmo depois tendo que fazer uma careta pelo gosto. Esbarrei em algumas outras pessoas, tomei outros goles de uísque com umas garotas que me pararam para conversar, e voltei a procura de Mike. A palhaçada do Tyler já tinha acabado, então podia passear quase livremente pela casa. Mas para minha total sorte, encontrei uma mesa com comida. Pois é, finalmente! Me aproximei e peguei um pedaço grande de um belo bolo de chocolate e o deixei em um prato. Peguei refrigerante - para Justin não perceber que bebi - e uma porção de nachos com queijo. Aquela comida estava muito boa.
- Se eu fosse você iria devagar. - uma desconhecido comentou, um pouco longe, encostado a parede - não tive o trabalho de olhar de volta.
- E porque eu faria isso?
- Porque eu sou sua melhor amiga, e quando digo para parar, é porque você deve parar. - deixei o garfo cheio de bolo no mesmo instante ao reconhecer a dona daquela voz. Quando a encarei, vi uma linda morena, agora, parada a minha frente, com seu tão conhecido sorriso travesso nos lábios. Não conseguia acreditar no que via.
- Kate? Kate Benner? - perguntei sem acreditar. - Não, isso não pode ser real. - balancei a cabeça, não querendo acreditar naquilo. Não podia ser ela, não podia mesmo.
- Não tenha medo de mim, querida. Você deveria ter medo do que certas vadias podem fazer, do quanto podem ir longe.
-Não estou entendendo. - ela sorriu, e deu as costas para mim, andando pra algum lugar longe. Segurei meu prato de comida, e segui a morena alta que me conduziu de volta até a sala de jogos "barra" pista de dança.
- Aqui está sua resposta. - Kate parou perto da porta, e fiquei ao seu lado, vendo meu namorado tentando afastar Raquel de si, tirá-la de perto. Ou ao menos, era o que parecia ser. Damon e Ashley dançavam, eu não sabia onde Mike e Caitlin estavam, e aquilo era tudo que eu não precisava ver. Então foi pra aquilo que aquela vadia fez essa festa, pra ficar com meu namorado? - Pelo visto, comemorar a morte de Angelina não foi o único motivo da festa. - ela olhou para mim. - Nunca esperei tanto que você fosse ficar com esse nerd, mas realmente se superou.
- Como me encontrou aqui, Kate? Depois do que aconteceu, toda a cidade ficou sem notícias suas, achamos até que tinha morrido. - comentei sem tirar os olhos deles. Comi a última fatia do bolo e joguei o pratinho de plástico no chão. Ouvi alguém cair, quando escorregou nele: não dei a mínima.
- Algumas contas tem que ser quitadas, Anna Mel.
- Mas do que você está falando, como... - quando virei do lado para encará-la, ela não estava mais lá. Tinha simplesmente desaparecido, e mesmo olhando de um lado para o outro, não tornei a ver a morena alta e bonita que estava do meu lado há poucos segundos. Okay, eu não deveria ter bebido demais. Quando desisti de procurar, voltei a olhar de onde estava para Justin e Raquel - essa vadia bêbada - e ela se distanciava dele: Justin parecia muito irritado e olhava sempre para o relógio, como se estivesse incomodado com minha demora. Meus pés pareciam mover-se sozinhos, mas eu não andei na direção dele; quando dei por mim, estava parada atrás de Raquel, no vazio banheiro do primeiro andar.
- Está curtindo a festa, Anna? - ela sorriu, enxugando algumas possíveis lágrimas do rosto.
- Vou ser bem direta e dizer uma única vez. - dei um passo a frente, e ela continuou no mesmo lugar, mas sem tirar os olhos do meu reflexo no espelho. - Eu sei que você não está dando essa festa apenas para comemorar a morte de Angelina, você está dando em cima do meu namorado.
- Você enlouqueceu? Eu jamais faria isso! - argumentou na defensiva, virando-se para mim. Apenas sorri em troca.
- Não insulte minha inteligência. Essa foi a primeira e a última vez que você dá em cima dele, ou caso contrário você vai desejar não ter nascido.
- O que você vai fazer? - debochou, deixando cair a mascara de mocinha, e exibindo a de vadia que lhe caia tão bem.
- Você não devia ter dito isso.
POV JUSTIN
- Quanto tempo exatamente faz que ela foi procurar o Mike? - perguntou Caitlin, agora para a minha frente. Fazia uns cinco minutos que a encontramos se pegando com um carinha qualquer. Arrumei o óculo nervoso e com medo do que poderia ter acontecido com ela; qual é, a casa está cheia de gente bêbada, e mesmo a melhor pessoa do mundo quando está sobe o efeito do alcoól se torna imprevisível.
- Quase meia hora. - respondi nervoso.
- Ela trouxe o celular?
- Não, Cait, ela não trouxe.
- Vamos nos dividir em grupos e procurá-la. Se alguém a encontrar, volta pra cá e espera os outros. - propôs a loira e senti vontade de abraçá-la pela ideia maravilhosa. Mas não foi necessário que ninguém se dividisse em grupos, porque assim que olhamos para trás, vimos os dois irmãos, atravessando a porta aos risinhos: Anna segurava um pacote de Doritos consideravelmente grande e entendi o porque da felicidade. Andei rápido até ela e a abracei com força, agradecendo por ela estar bem.
- Juju... - falou com a voz abafada. - Eu não consigo respirar. - abri os olhos meio constrangido e folguei um pouco o abraço. Ela sorriu sem entender. - Está tudo bem com você?
- Você está bem? Alguém machucou você?
- Não, eu estou bem.
- Que bom. - parei de sorrir, pronto para dar a bronca. - Como você faz isso comigo? Eu fiquei preocupado com você, estava quase arrancando os cabelos de preocupação, você some, demora tempo suficiente para me deixar pensar no que pode ter acontecido com você...
- Calma tá tudo bem, eu só...
- Você consegue entender que eu fiquei preocupado com você? Com medo de que algo tivesse te acontecido? Você demorou a voltar, o que queria que eu pensasse? Eu te procurei por tudo que é lugar, e ia fazer a mesma coisa agora, eu pedi a ajuda da Cait, Ashley e Damon para procurar você. Fiquei com medo de te perder, dá pra entender isso?
- Tudo bem, tá tudo bem comigo e me desculpe por fazer isso com você. - disse ela, olhando para mim. - É sério, me desculpe. Não faço novamente, prometo. - concordei, vendo a sinceridade nos olhos verdes da minha pequena. Ela me abraçou, apertando seu corpo no meu e eu fiz o mesmo, deixando um beijo em seus cabelos. Ela era tão pequena e frágil, foi impossível não ficar preocupado.
- Tá tudo bem, cara, ela estava comigo. - explicou Mike pela primeira vez. Os outros andaram até nós. - Minha mãe e meus avós ligaram, e passamos um tempo longo conversando com eles no jardim, foi por isso que eu queria falar tanto com ela. Depois, ela sendo ela mesma reclamou de fome e eu comprei esse Doritos pra ela. - disse ele, rolando os olhos quando falou da comida da irmã.
- Hey, não fala nesse tom de desdém do meu Doritos, eles ainda podem ouvir você. Nanico! - reclamou ela, ainda abraçada a mim, e sem sequer virar para brigar com ele.
- Nanico é a vovozinha!
- Caraca, galera! Venham ver isso! - gritou um garoto do lado de fora, chamando todos os que dançavam ou sei lá, tudo que sei, foi que todos os seguiram; e isso também inclui meus amigos e cunhados. Anna quase os seguiu também, mas antes, eu esperei que o lugar estivesse completamente vazio.
- Ué, não vai ver também? - perguntou confusa.
- Eu vou sim, mas antes preciso dizer uma coisa. Raquel tentou me beijar hoje, enquanto você estava com seu irmão. - falei tão rápido que quase me engasguei nas minhas próprias palavras. Mas foi a reação dela que me deixou de olhos arregalados.
- Eu sei disso.
- Oi?
- Eu sei, eu vi tudo.
- Então, você sabe perfeitamente que não aconteceu nada, não é? - perguntei um pouco nervoso. Como assim ela tinha visto tudo? -  Que eu não a beijei ou qualquer outra coisa que possa te magoar.
- Fui procurar Mike, acabei voltando para cá e vi. Mas está tudo bem, eu vi o suficiente para acreditar em você, eu te vi afastando-a de você.
- Então você confia em mim?
- Confio. Caso contrário teria ido até lá, e dado uns bons tapas nos dois, mesmo que nada tivesse acontecido.
- Então está tudo bem entre nós? - segurei sua cintura, trazendo-a para mais perto de mim. Anna sorriu, deixando um beijo na ponta do meu nariz.
- É claro que sim. E obrigada por ter contado, não tentou esconder de mim e fico feliz por isso.
- Jamais esconderia algo da minha louca por Doritos. - nós rimos e eu cheguei mais perto. - E quer saber? Eu amo essa louca, baixinha, comilona, louca...
- Hey! Repetiu 'louca' duas vezes. - reclamou, batendo de leve no meu ombro com a mão livre. A outra estava apoiada no meu ombro e segurava o pacote de Doritos. - E eu não sou baixinha.
- Não é? - questionei rindo.
- Não sou.
- Okay, você não é. - ri e a beijei. A beijei feliz por ela estar bem, por estar com ela, e ter esse momento sem jovens bêbados ao meu redor. Nossas línguas brincavam livres e sem malícia, e eu queria que durasse por muito tempo. Mas sempre tem alguém para atrapalhar, então, nossos amigos voltaram, de caras assustadas, rostos pálidos e expressões sérias. Era óbvio que tínhamos de nos separar, e assim fizemos.
- Galera, a Raquel foi encontrada morta na piscina. - revelou Damon sem mais delongas.


Notas Finais 
Ooooie pessoal, hihihi. Acho que dessa vez nem demorei muito, né? rs Olha, vou admitir que esse cap deu um trabalhão pra fazer, mas aqui está. O que acharam? Ah, quem faz a Kate é a Phoebe Tonkin, quem assisti TVD ou Círculo Secreto vai saber logo quem é. Espero que tenham gostado, comentem dizendo a opinião de vocês, conversem comigo amores, eu sei que estão aí. Enfim, beijocas e até a próxima e bom Doritos pra vocês :D
Kate Benner: http://data1.whicdn.com/images/61184536/original.jpg
Roupa da Kate: http://data1.whicdn.com/images/95289421/large.jpg
Roupa da Ash: http://data1.whicdn.com/images/94763010/large.jpg
Roupa da Anna: http://data2.whicdn.com/images/94763963/large.jpg
Roupa da Cait: http://data1.whicdn.com/images/78498708/large.jpg

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