5 de out. de 2015

My Dear Nerd - Heart by Heart - Capítulo 28 - Nova Chance

POV JUSTIN
 Respirei fundo antes de abrir a porta do quarto. Encontrei Anna sentada perto da janela, com Amora nos braços. Não sei por quanto tempo fiquei parado à porta, observando-a, mas ela sentiu minha presença e virou-se lentamente para mim. Percebi que tinha chorado. E Anna me deu um dos sorrisos mais tristes que vi.
Ouçam Lauren Aquilina - Sinners 
- Oi. - disse ela. Por um minuto, toda a raiva por vê-la aos beijos com Sara desapareceu. Em seu lugar, uma tristeza me abateu. Respirei fundo mais uma vez antes de dar um passo a frente.
- Ashley me pediu para chamar você para o jantar. - falei, o que era verdade. Anna agradeceu com um aceno de cabeça.
- Descerei num instante, obrigada. - virei de costas para sair, mas fiquei parado onde estava. Arrumei o óculos no rosto, me virando para ela novamente.
- Estou fazendo você chorar? - perguntei. Ela me deu outro sorriso triste.
- Você já me fez chorar antes. Mas, dessa vez, nesse momento, não é por você. - respondeu, baixinho. Entendi por quem ela chorava. O avô morto.
- Anna...
- Amora está cuidando de mim. - fez carinho na cadelinha com o braço livre. - Você não faz ideia do quanto ela me ajuda.
- Sinto muito por sua perda. - dei outro passo, sem saber o que dizer. - Se eu pudesse voltar no tempo e...
- Mas não pode. Também gostaria de tê-lo salvo, mas não posso. Vou ficar bem, não se preocupe.
- Não há como não me preocupar. Odeio ver você assim.
- Então não veja. - sua voz transmitia todo o cansaço, toda a dor que tentava esconder.
- Não posso te deixar sozinha.
  Anna apoiou Amora delicadamente no lugar onde se sentava e caminhou em minha direção, ficando a uma considerável distância de mim, e se aproximando, até não sobrar mais espaço entre nós no abraço que veio em seguida. Ela apoiou a cabeça no meu peito, e meus braços rodearam sua cintura. Me peguei abraçando-a apertado contra mim
- Por favor, não fique chateado com Sara. Ela se sente sua falta mais do que imagina. É sua melhor amiga. - disse, entre o abraço.
- Ela se apaixonou pela minha namorada.
- Não sou mais sua namorada, Justin. - respondeu, nunca mudando o tom de voz. Ela tinha razão, afinal. - Ela pode estar apaixonada por mim, mas sente muito mais sua falta do que admite. Sara precisa de você. Por favor, não se afaste. Não a odeie. - ela saiu devagar dos meus braços, e olhou nos meus olhos, e me surpreendi mais uma vez com a beleza de seus olhos verdes que agora estavam tão tristes e sem vida.
- Vocês estão juntas? - perguntei, com estranho medo da resposta.
- Não. Gosto de Sara como uma grande amiga, nada além. - tentei não parecer aliviado com o que ouvi.
- Eu quero, qu-quero tentar de novo.
- Não faça isso. Não pode forçar um sentimento que não existe, será pior. - ela disse, com aparente calma.
  Quis dizer que não estava forçando nada, que havia algo, que era importante pra mim. Muito mais do que tinha reparado, até encontrá-la aos beijos com Sara, quando senti medo de perdê-la. Mas nada disso saiu. Só olhei pra ela.
- Na última vez que nos falamos, eu fui egoísta. Pensei apenas em mim quando desisti de você. A verdade é que não consigo desistir fácil de você, por mais que eu tente, no entanto, não posso fechar os olhos e fingir que não vejo que estou amando sozinha. Não posso obrigar você. E não posso fazê-lo feliz, não mais. Eu amo você, Justin. E por isso não posso, não quero ser egoísta com você. Eu escolho deixar você ir, ser feliz.
- Está me deixando ir.
- Estou. Você não me ama, e assim sendo, nenhum de nós seria genuinamente feliz. Você merece ter uma vida, e agora é o melhor momento para começar do zero. Amber te convidou para um encontro. Vá. Desculpe, acabei ouvindo sua conversa no telefone sem querer. - se desculpou quando percebeu meu olhar confuso. - Eu quero que vá a esse encontro, que se divirta.
- Mas e você? Anna, você precisa...
- Preciso que viva sua vida. Tem uma vida novinha em folha. O que tivemos foi maravilhoso, mas acabou. Está na hora de seguirmos definitivamente em frente. E não se preocupe, ficarei bem. Agora vá e se divirta.
  Anna Mel deu dois passos para trás. A olhei antes de sair. Fui ao meu quarto, encontrando Collin brincando com uma bolinha. Sentei na cama e fiz carinho atrás de sua orelha quando ele se aproximou de mim. Mandei uma mensagem para Amber, confirmando o jantar de hoje. A noite estava bonita, nenhuma nuvem no céu sem estrelas.
  Olhei para o quarto, buscando algo de que me fosse familiar, mas até as lembranças que vinham, eram confusas e incompletas. Faltava algo. Me sentia mais vazio do que podia lembrar. A custo levantei da cama e fui me arrumar para sair com Amber. Tomei um banho rápido e me vesti. Procurava um cinto, quando minha mão se chocou em algo. Olhei melhor. Era uma caixinha preta. Peguei-a e abri.
  Encontrei um par de anéis dourados e um papelzinho dobrado muitas vezes. Com ele na mão, fui até a cama onde sentei. Deixei a caixinha com os anéis na cama e desdobrei o papel. Comecei a ler.
  PS: Para dar à Anna Mel em um momento muito especial, provavelmente no ano novo. Já que passamos por tantas coisas juntos, já que salvou minha vida, já que a amo. E dar acompanhado de uma comida que ela goste, porque somos esse tipo estranho de casal. 
  Peguei a caixinha e a olhei por um bom tempo.
Parem a música
[...]
POV ANNA
 Ri de uma piada que Caitlin disse, enquanto fazia as unhas da loira. Era a noite das garotas. Só das garotas. O que significava que Damon e Mike não eram bem vindos. Justin saiu, assim como disse, para jantar com Amber, e eu sinceramente não queria pensar no que estaria acontecendo lá.
  Ashley e Caitlin me faziam esquecer essas coisas, o que ajudava bastante. Hoje o quarto estava mais rosa que o comum, até mesmo para os padrões da loira. As garotas estavam elétricas. Deixei me levar pela alegria delas.
- Ah, esqueci de falar, abelha. A Cait tem uma coisinha pra te contar. - a loira piscou pra mim, e minha amiga morena ficou vermelha como um tomate. Fiquei confusa, e a risada de Ash encheu o quarto. - Ela tá namoraaaaaaaaando! - ela cantarolou
- Ashley! Eu ia falar! - reclamou ela.
- Ai! Isso doeu, viu? Você já foi melhor manicure. - reclamou a loira.
- Não me diga que...
- Isso mesmo, abelhuda! - ela riu.
- Eu juro que ia contar, Anna. Ele queria dizer no mesmo dia, mas pedi pra ele tempo, pra te contar juntos. Eu notei que você não parecia tão bem, e decidimos esperar e...
- Tudo bem, Cait. - tranquilizei, rindo. - Quer dizer, é nojento saber que vocês vão transar, então, lavem-se bem antes de tocar em mim.
- Idem! - concordou Ashley, levantando a mão livre.
- É muito estranho, quer dizer, ele é seu irmão. - ela estava realmente sem graça.
- A gente se acostuma. - brinquei. - Mas me conta: quando foi? Ele que fez o pedido? Foi fofo?
- Aconteceu na última festa que ocorreu no campus. Ele foi romântico. Não tive como dizer não. - ela sorriu, apaixonada. Tentei não pensar que na mesma festa, Sara se declarou e Justin presenciou a cena.
- Também, né? Como dizer não para aquele gostoso?
- Ashley! - reclamou Cait.
- Eca! Ele é meu irmão.
- Desculpa, mas mesmo assim não deixa de ser um gatinho. Não tão lindo como meu Damon, é claro.
- Acho que agora posso vomitar. - fiz drama.
- Não. É ela que vai dar uns pegas no seu irmão. - ela riu.
- Ashley! Anna está ficando verde! - Caitlin riu, e acabei me juntando a elas.
- Ele beija bem? - minha amiga loira quis saber.
- Sério? Eu não preciso saber da vida amorosa do meu irmão nos mínimos detalhes, obrigada.
- Sou curiosa, você sabe. - ela piscou.
- Você não presta.
- Me ama que eu sei. Todo mundo me ama. - ela mexeu nos cabelos, dando aquele sorriso lindo que tinha, e não pude conter outra risada. Peguei outro Doritos do saco, molhei-o no molho cheddar e levei a boca. Estava saboroso.
- Que fofinho! Todo mundo namorando. - a morena quase bateu palminhas.
- Quase todas. - corrigi.
- Desculpe.
- Tudo bem. Quem precisa de um namorado quando se tem Doritos e molho Cheddar? -  dei de ombros. - Amora, você é nanica, mas estou te vendo. Nem pense em tentar por essa boquinha na minha comida sorrateiramente. - anunciei para a cadelinha que se aproximava.
- Tal cão, tal dona. Vocês foram feitas uma para a outra. - disseram as garotas.
- Eu sei. - ri. - Mas não divido a comida.
- É claro que não. - concordaram. Não me lembro de ter dado tantas risadas desde que ele se foi. Estava feliz pelo meu irmão, que tentava ser feliz com a garota que ama. Pelas minhas amigas estarem aqui, me fazendo bem e completa. Nossos cães conosco, brincando. Foi uma bela noite. Lembro de ter ido dormir sorrindo. Tive uma madrugada tranquila e sem sonhos.
   Fui a primeira a acordar com a barriga roncando. Deixei as garotas dormindo no quarto, tomei um banho rápido e fui até a cozinha, preparar algo para comer. A casa estava silenciosa, a vizinhança tranquila naquele domingo de manhã. Quando terminei de comer, no entanto, ouvi um barulho vir da sala. Quando lá cheguei, encontrei a porta entre aberta. Justin estava lá fora, com as roupas que tinha saído, as mãos nos bolsos, observando a rua deserta, o nascer do sol.
 Ouçam Ella Henderson - Yours
- Oi. - falei da porta. Ele se virou para mim, e sorriu. Estava lindo, mas sem os óculos. - Bom dia.
- Bom dia. - respondeu calmo.
- Chegou agora? Posso preparar um café.
- Na verdade, cheguei antes da meia noite. E não quero café, mas obrigada.
- Espero que tenha se divertido.
- Foi uma noite agradável. - ele disse. Mordi os lábios, direcionando meus olhos para o chão. Aguente firme, pensei. - Ela é uma boa garota, mas não estava dando certo. Terminamos. E a sua noite? Como foi? - perguntou. Dei alguns passos até ele.
- Foi muito boa. Noite das garotas.
- Noite das garotas. - ele riu, concordando. - Você me disse ontem que estava me libertando para que pudesse ser feliz.
- Eu percebi que desisti de você pelos motivos errados. Fui egoísta porque fiz aquilo por mim, não por você. Dessa vez, não foi apenas por mim, foi por nós. Não posso fazer você feliz, por favor não vamos voltar a esse assunto, acabou.
- Não acabou pra mim. Agora é minha vez de falar. Está errada, Anna. Errada se acha que não pode me fazer feliz. Se acha que não sinto nada por você. É verdade, não sei o que aconteceu antes de acordar naquele hospital, não sei do passado, mas sei do agora. - ele pegou minhas mãos e olhou firmemente nos meus olhos. - E eu amo você. E pra mim basta. Quero começar uma vida nova com você.
   Nossos rostos se aproximaram lentamente, até que só houvesse espaço para nossos lábios se tocarem. Senti a boca dele na minha, Justin totalmente entregue a mim, o calor do sol nos meus braços. Bastava pra mim. Estava tudo bem.

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